quinta-feira, 28 de junho de 2012

10000 razões para comemorar




O ano de 2012 ficará, para sempre, em minha memória. Desde a última virada do ano muita coisa aconteceu: Tomaz chegou, meu corpo mudou, minha vida mudou, meu tempo mudou, minha casa mudou, tudo mudou!
Muitas dessas mudanças foram compartilhadas aqui, onde alegrias foram relatadas, tristezas compartilhadas, ações divulgadas, enfim, aqui minha vida foi exposta (foi escancarada). O objetivo da construção desse blog foi um só: conectar-me a um mundo do qual eu estava distante em função da intensidade que era cuidar de um bebê com pouco mais de um mês: o Tomaz!.
No dia 28-02-2012, quando foi ao ar o primeiro post eu pensei: será uma exposição pequenina, pois quem há de se interessar pelos relatos de uma mãe histérica, despreparada e insegura? Não é que essa pretensão inicial mudou e hoje, 4 meses após esse início, tudo é diferente. .
Cada vez mais pessoas entram aqui e, lendo essa minha viagem de mãe, entram também na minha vida! Quanta gente hoje conhece o Tomaz, sua vida, suas dificuldades, sua alimentação, seu banho... Podem ter certeza que é muito mais gente do que eu imaginei.  
E os lugares onde estão essas pessoas: tem gente do Rio de Janeiro, de São Paulo, Roraima, Espírito Santo... do Brasil todo, aliás, do mundo todo: Ásia, África, Europa, América do Norte... Quanta gente embarcando nessa minha viagem de mãe.
É por isso que hoje, no dia que o blog completa quatro meses de vida, eu tenho mais de 10000 motivos para comemorar, porque é esse o número de acessos que aqui tivemos: 10199 (isso às 16h51 do dia 28-06-2012).
Obrigada a todo mundo que entrou aqui, leu meus textos, sorriu das minhas histórias, chorou com meus dramas pessoais, se solidarizou com as minhas dificuldades (por menores ou maiores que fossem).
Antes eu achava que essa viagem seria curta, pequena e com poucos passageiros. Hoje eu agradeço que essa minha “ida ao interior do estado” tenha se transformado em uma “viagem internacional”, com direito a muita gente nova.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Amor X Abandono: buscando caminhos para enfrentar as birras infantis.






Hoje eu vou falar um pouquinho sobre birras infantis... É, isso sim... aquilo que as crianças gostam de fazer em pleno Shopping Center (ou qualquer outro espaço público e, de preferência,  bastante cheio), se jogando no chão, chorando, ou melhor, berrando, batendo as pernas, os braços e todas as outras partes do corpo e que matam de vergonha qualquer mãe e pai.

Nesse momento todos devem estar pensando: o Tomaz já faz birras? Não, gente, ele ainda não faz! Eis que deve ter surgido outra pergunta: e por que ela resolveu falar sobre isso, se o foco de discussão desse blog é o desenvolvimento do Tomaz (aqui ele é quase o centro do universo)?

A verdade é que faço parte de uma comunidade no facebook chamada de Cantinho Pais e Filhos. Lá é um espaço bem bacana, no qual discutimos sobre temas variados ligados à maternidade, compartilhando experiências, dividindo angústias, recebendo ajuda, enfim, deixando mais leve e feliz nossas viagens de mãe.

Acontece que ontem o tema de discussão era esse: birra infantil. Em um dos posts colocados por uma mãe havia a indagação sobre o que fazer nessas situações. Foi então que me dei conta de que esse é um tema recorrente e difícil de ser manejado e, por isso, decidi escrever aqui.

Esse post, na verdade, é uma forma de agradecer as participantes do cantinho (coloquei as porque até hoje só encontrei mamães por lá) por tudo que têm me ajudado. Assim, agora estou dizendo: sou eu quem vou ajudar vocês (ou ao menos vou tentar).

Bem, vamos lá. Na hora que seu filho se joga no chão o que você deve mostrar a ele é que a mãe, o pai ou qualquer outro cuidador é uma figura de autoridade que merece respeito. Não adianta, DE FORMA ALGUMA, dizer a ele: “eu vou embora viu! Você vai ficar aí SOZINHO” (normalmente os pais e mães recorrem a esse tipo de ameaça)!

Gente, ações como essa, longe de resolver nosso problema, terminam por criar outros muitos, os quais falarei a seguir: criança alguma deve temer o abandono. Se há algo cruel que podemos fazer com os filhos é ameaça-los de abandono, visto que, do ponto de vista psíquico, é impossível uma criança pequena suportar o abandono de alguém significativo para ela (como são os pais). Muitas das inseguranças infantis, que aparecem até de forma recorrente e nem sabemos de onde vieram, são decorrentes desse tipo de intervenção.

Além disso, qual o pai ou mãe que, DE FATO, vai embora do Shopping? É claro que não vamos. Por mais que os ameacemos não cumprimos o que prometemos e, assim, fracassamos a nossa autoridade perante os olhos daqueles que deveriam reconhecê-la: os nossos filhos.

Esses dois motivos são suficientes para refutar esse tipo de ação e afirmar: elas são demasiadamente inadequadas. Entretanto, vocês devem estar se perguntando, o que farei? Deixarei ele berrar até cansar? Claro que não!

Para decidir de forma consciente como proceder, devemos entender o que leva uma criança a respeitar determinada regra, como não berrar, por exemplo.

Para que uma criança respeite a regra ela precisa respeitar aquele que institui a regra, no caso, o pai, a mãe ou qualquer outra figura de autoridade. Isso porque, ainda pequena (por volta dos 4 anos até os 9, mais ou menos), ela é heterônoma (ou seja, encontra-se, do ponto de vista do desenvolvimento  moral, na moral da obediência), o que quer dizer que não respeita a regra por reconhecer que ela é importante, mas sim pela pessoa que impõe ou apresenta a regra.

Seria maravilhoso se nossos filhos tivessem condições de pensar: não vou berrar no shopping porque isso incomoda as pessoas. Bem, seria ideal, mas não é real. A realidade é que nossos pequenos respeitam as regra em função da pessoa que institui essa regra e, para isso, precisam sentir por ela, ao mesmo tempo, amor, medo e confiança. Isso explica porque uma criança respeita uma pessoa e não faz o mesmo por outra.

Assim, precisamos entender que a criança passa a respeitar as regras (como não se jogar no chão, por exemplo) não porque compreende que são importantes e as reconhecem como necessárias, mas porque foi capaz de desenvolver um sentimento de respeito pela pessoa que institui a regra, passando, por isso, a compreender uma obrigatoriedade no cumprimento dela.

Dessa forma, a afetividade passa a ser ponto-chave no despertar do senso moral, uma vez “a criança pequena respeita seus pais ou demais pessoas para elas significativas porque elas lhes inspiram, ao mesmo tempo, amor e medo” (LA TAILLE, 2006, p. 109).

O que quer dizer esses dois sentimentos? o amor é uma forma de apego e admiração natural que a criança desenvolve pelas pessoas significativas para ela. Já o medo não é o temor causado por chantagens ou amedrontações utilizadas em outrora como “práticas educativas” (se levante se não eu vou embora e vou lhe deixar aqui). O medo é o temor pela possibilidade da retirada desse amor que ela sente, decorrente da desproteção sentida pela criança em situações de punição.

Dessa forma, compreendemos que num primeiro momento a criança obedece às regras morais porque deseja, sobretudo, agradar as figuras significativas de autoridade, obtendo a aprovação dos mesmos.

Entretanto, mesmo pequenas crianças deixam de cumprir algumas normas instituídas por pessoas significativas. O que leva a esse tipo de conduta?

Se o amor e o medo são fundamentais, não são os únicos sentimentos necessários. Passemos a confiança. A confiança se constitui num sentimento complementar ao de amor e medo, relacionando-se a confiança na figura de autoridade.

Esse terceiro sentimento é fundamental no desenvolvimento da moralidade, visto que, em função de ainda estar na heteronomia, a criança precisa confiar nas qualidades morais das pessoas para que possa adotá-las em sua vida.

Dessa forma, quando meu filho se jogar no chão e fizer a maior birra do mundo, eu devo evidenciar que aquilo não pode ser feito, desaprovando sua conduta, a partir da explicação do porquê ela não é adequada. Também tenho que lembrar que preciso ser um exemplo para ela, visto que isso é necessário para que ela possa confiar em mim e nas regras que instituo para ela (nesse caso não vale o ditado: faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço).

Certamente, por sentir por mim amor, medo e confiança ele irá, pouco a pouco, abandonando as birras. Se isso não acontecer, antes de ameaçá-lo de abandono, devo me perguntar: será que estou sendo para meu filho alguém capaz de despertar nele tais sentimentos?

É muito mais a resposta a essa pergunta que me ajudará na resolução dos problemas do que as usuais ameaças de deixá-lo sozinho em qualquer lugar. Assim, para pôr fim as birras infantis devemos percorrer o caminho do amor e não do abandono.




domingo, 24 de junho de 2012

Entrevista com a Dra. Margarida Antunes


Durante esses cinco meses e meio de vida do meu pequeno/grande Tom tudo foi muito intenso: o amor, as alegrias, as conquistas e, até mesmo, os aperreios. De todas as preocupações, sem dúvidas, a maior delas foi o refluxo que acompanha meu pequeno até hoje e que é, para nós, motivo de muito cuidado e preocupação.
Regurgitar além da conta não é um privilégio do meu filho. Milhares de crianças têm esse problema, deixando pais e mães sem ter o que fazer. Para esclarecer questões relacionadas ao tema, o blog A VIAGEM DE UMA MÃE entrevistou a médica gastropediatra Margarida Antunes, que acompanha o Tomaz desde 20 dias de vida.
Sem dúvidas ela é uma peça fundamental na melhora dele, ajudando toda a família a lidar com essa dificuldade, orientando-nos, acolhendo-nos e medicando o Tomaz para que cada dia ele fique um pouco melhor.
Se comparado com o início do problema, posso dizer que ele já apresentou uma evolução de 90%. Que felicidade, não é?!
Dra. Margarida, sem dúvidas, merece nosso reconhecimento, gratidão e, sobretudo, nossa confiança.

A VIAGEM DE UMA MÃE – Por que uma criança tem refluxo?
MARGARIDA ANTUNES – Um bebê?
A VIAGEM DE UMA MÃE – Isso.
MARGARIDA ANTUNES – Faz parte do desenvolvimento ter refluxo. O refluxo em si não é uma doença. O que pode acontecer é que algumas crianças que tem refluxo podem ter comprometimentos secundários a esse fato de estar voltando a comida. Mas o crescimento, nessa faixa etária do bebê, faz com que eles precisem comer muito pra um estômago que ainda é imaturo. Isso porque eles estão crescendo muito rápido. É fase de crescimento mais rápida da vida e o estômago ainda é imaturo. Aí esse descompasso faz com que a natureza organize eles, colocando para fora o que há de excesso. Isso é uma regulação da natureza, não é uma doença.

A VIAGEM DE UMA MÃE – As crianças com alergia à proteína do leite de vaca possuem mais possibilidade de ter refluxo?
MARGARIDA ANTUNES – O refluxo é um dos sintomas que podem ser secundários a alergia à proteína do leite de vaca. É muito comum crianças pequenas, com alergia à proteína do leite de vaca, terem o refluxo como manifestação. Mas não é simplesmente o refluxo. Elas têm outros sintomas junto com o refluxo.
A VIAGEM DE UMA MÃE – No caso de Tomaz que se engasgava?
MARGARIDA ANTUNES – Esse é um sintoma que a gente precisa avaliar com cuidado. Tanto ele pode representar uma coisa muito simples, até uma coisa mais complexa. Desde uma desadaptação com o bico da mamadeira; uma dificuldade em coordenar a respiração com a deglutição, que pode levar ao engasgo; até uma pega que não está muito adequada do bico; a posição da mamada... Tudo isso precisa ser visto, porque pode dar engasgo. Por outra partida, quando o estômago da gente está doente, com alergia, por exemplo, ele fica trabalhando de uma forma mais atrapalhada, e aí você pode ter o engasgo também. A gente tem que ter muito cuidado na hora de avaliar esse engasgo. Tem que avaliar a criança como um todo.  

A VIAGEM DE UMA MÃE – Qual a previsão de idade para a criança melhorar do refluxo? Uma criança que regurgita muito, que golfa em todas as mamadas, quando melhora?
MARGARIDA ANTUNES – Geralmente é por volta do fim do primeiro ano de vida. Normalmente ela melhora muito no sexto mês, mas ainda golfa um pouquinho até o oitavo, nono mês. Isso depende muito da criança. Se for mais gulosa, demora mais tempo.

A VIAGEM DE UMA MÃE – Uma alimentação mais consistente ajuda a diminuir o refluxo?
MARGARIDA ANTUNES – Ajuda! Ajuda porque tanto ela diminui o volume de líquido que a criança toma, quanto o fato da criança ter que amassar a comida com a boca, fazer movimento mastigatório, vai fazendo com que a movimentação do esôfago se organize de forma mais madura e isso melhora o refluxo. Então essa transição para dieta sólida é importante.


Mais informações sobre o assunto podem se encontradas aqui em post anteriores como  no Conhecendo o problema, onde eu falo sobre refluxo e suas características e Tratando o refluxo, no qual o foco são ações que contribuam para melhoria e superação do problema. 


Hoje Tomaz está bem melhor. Sem dúvidas, essa informações foram fundamentais. 

sábado, 23 de junho de 2012

Eu cresço e o cardápio amplia


Gente, o Tomaz está crescendo mesmo! Não apenas de idade, mas, sobretudo, de tamanho literalmente. Todos os meses, na consulta de rotina do Tomaz, eu saia de dentro do consultório dilacerada, pois a médica sempre me chamava atenção porque o pequeno nem engordava o que devia e, muito menos, crescia. 
Ver a curva de desenvolvimento do Tomaz era, para mim, sempre um motivo de preocupação, pois o que todas nós desejamos é que nosso filho alcance os padrões de normalidade e, no quesito peso/tamanho, Tomaz ficava muito de fora. Tudo bem que ele nasceu prematuro e, com isso, seu peso e tamanho não eram compatíveis com os desejados, mas nem isso minimizava meu desejo de ver meu filhote grande, gordo e feliz.
Eis que chega o fatídico dia da consulta de 5 meses e as coisas começam a mudar de figura. O pequeno (que já nem é mais tão pequeno assim) cresceu 4,5cm e engordou perto de 900g. Caramba, filho, esse mês você fez a lição de casa direitinho. Agora os dados são: 6955kg e 64,5cm... Estamos quase lá!
Se agora vocês estão em dúvidas se ele alcançou o desejável na curva de desenvolvimento vou logo afirmando que não, mas o motivo dessa minha felicidade radiante é que ele avançou demais nela e, se Deus quiser, em poucos meses meu gordo (sim, agora é gordo) chegará lá!
Agora tudo mudou de figura: ele cresceu, engordou e, com isso, conquistou um novo cardápio (na minha opinião bem mais gostoso que o de antes restrito a fórmula semi hidrolizada sem proteína do leite de vaca. Agora quero ver na opinião dele se o cardápio será aprovado)  para seus dias, permitindo que a gente tente, invente, faça uma refeição diferente (é, eu assisto Rede Globo).
A partir de então o pequeno/grande Tom poderá comer um montão de coisas novas. As frutas que eram apenas maçã, banana e pêra (sempre cozidas), passaram a se juntar ao mamão, à pinha, à atemoia (nunca comi isso, nem sei o gosto que tem), ao melão, à melancia,  à goiaba, à pinha, à ameixa e ao sapoti. O detalhe é que como ele está GRANDE, pode comer todas elas cruas e amassadas, não é mais necessário cozê-las.
Junto com as frutinhas também foi liberada uma espécie de vitamina, na qual bateremos no liquidificador o leite que ele já toma, com uma fruta qualquer da listagem acima. Minha dúvida grande é se depois de tomar o leite com frutas, que deve ser bem mais saboroso, será que ele vai tomar leite puro? Tenho minhas dúvidas.  
Além das frutas, seu lindo e saboroso cardápio conta agora com as refeições salgadas. Como sugestão da chef Margarida Antunes (sua gastropediatra) o prato poderá ser ENSOPADO DE CARNE OU GALINHA COM LEGUMES. A receitinha dessa nova iguaria é:

INGREDIENTES:
- 01 pedaço pequeno de frango, carne de boi, carne de bode ou miúdos de frango.
- Oléo de Girassol para refogar.
- Legumes e folhas: Inhame, fruta-pão, jerimum, abobrinha, mandioquinha, chuchu, beterraba, couve-flor, couve-folha, espinafre e brócolis.
- Sal (pequena quantidade)
- Coentro

MODO DE FAZER:

- Refoga a carne com o olho de girassol, o coentro e pouquinho sal.
- Acrescenta dois legumes da lista acima e uma folha.
- Cozinha tudo junto.
- Retira o frango ou a carne e bate com um pouquinho do caldo no liquidificador.
- Amassa os legumes com o garfo.
- Junta a carne liquidificada aos legumes.

OBS: não liquidificar os legumes.

Outra forma de preparar os alimentos nos foi ensinada pela Dra. Niedja Siqueira. Segundo a pediatra do Tom a PAPA DE LEGUMES (ela não chamou de ensopado) poderia ser preparada da seguinte forma:

INGREDIENTES:
- Legumes (cenoura, batata, chuchu, abóbora, beterraba, jerimum, inhame)
- Folhas Verdes
- Arroz ou lentilha
- Carne ou Frango

MODO DE FAZER

- Escolhe dois vegetais, uma folha, frango ou carne.
- Cozinha tudo junto até amolecer a carne ou o frango.
- Machuca os vegetais, as folhas junto com o caldo da carne.
- Após retirar do fogo, acrescentar uma colher de chá de azeite.
- Não utilizar peneira nem liquidificador.


Para introduzir esses alimentos novos valem todas as dicas que ela já tinha dado anteriormente e que foram postadas aqui no texto publicado no post Come, come, come pra mamãe ficar feliz .
Com relação a alimentação, tudo tem dado bem certo com ele (embora não seja simples nem fácil). A vitamina ele tem gostado muito. Já tomou de banana (que foi a única que ele fez careta), ameixa fresca e ameixa seca (Ele estava com prisão de ventre e essa vitamina foi um santo remédio). A sopinha, nem se fala... Ele tomou um pratão e ainda queria mais. Foi muito legal introduzir esses alimentos. Teve muita careta, muita sujeirada, mas, sobretudo, muito crescimento. 


Com seis meses a refeição do Tomaz vai mudar mais ainda: entrarão o arroz, o feijão e o macarrão (sem ovos), só que agora não será mais como sopa, e sim como almocinho mesmo.  Sobre essa nova fase eu postarei mais para frente, assim que as orientações nos forem melhor repassadas.
Por enquanto o pequeno/grande Tom vai se deliciando com o que tem, o que, diga-se de passagem, já é muita coisa.
  

  

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Sou a favor da vida!


Ontem eu estava andando na rua indo ao trabalho quando me deparei com uma banca de jornal onde estavam expostos os jornais da nossa cidade. Na capa do Diário de Pernambuco estava o tema do novo código penal, onde, de forma destacada, se trazia esclarecimentos sobre um tema polêmico: O ABORTO.
Me chocou quando eu vi a nova regulamentação sobre o tema afirmar que o aborto não será considerado crime se a gravidez for interrompida até a 12ª semana de gestação e a mãe comprovar que não tem condições psicológicas de levar a gravidez adiante.
Peço desculpas a quem for a favor do aborto, mas ler isso me deu um mal estar profundo, sobretudo porque me lembrei da minha gestação e do quanto Tomaz já era um bebê bem formado e cheio de vida com esse tempo. Isso pode ser comprovado pelos vídeos de suasultrassonografias: Se o que eu via e ainda vejo (porque filmei todas) naqueles momentos não for vida, muita vida, eu não sei mais o que é isso. O coração dele batia (desde a sexta semana e não só após a 12ª) e a minha vida se enchia de mais vida com os batimentos que podem ser ouvidos no vídeo abaixo.





Gente, não dá para não se indignar! Não dá para achar que essa visão é justa, afinal, interromper uma gestação com um bebê todo formadinho dentro da barriga é pôr fim a uma vida que existe e, nesse caso, não consigo pensar diferente: é crime sim!
Realmente tenho muita dificuldade em compreender que por ausência de condições psicológicas (O que é isso mesmo? Há alguma regulamentação para isso?) Alguém possa por fim a uma vida que nem condições de se defender tem. Quem vai assumir, por alguns momentos, o papel de Deus e tomar a seguinte decisão: a mãe tem ou não condições psicológicas?
Se não tem condições psicológicas, financeiras, sociais, ou de qualquer outra ordem, podemos e devemos evitar a gravidez (cada cidadão e o governo são responsáveis por isso). Mas depois que ela existe... que a vida se formou, abortar, para mim, é tão crime como qualquer outro tipo de assassinato, sobretudo porque nesse caso o bebê tem condições de sobreviver (que não é o caso da gravidez anencéfala, nem coloca a vida da mãe em risco. Falta apenas a mãe condições psicológicas... isso é demais).  
É por isso que me recuso e me recusarei sempre a aceitar isso, mesmo sendo contrária ao código penal. Talvez agora, como essa determinação, seja legal abortar. Entretanto, em qualquer ordem, não posso achar que tal ato seja moral (para mim a moralidade está acima de qualquer lei).

Sou a favor da vida e vou ser sempre, seja ela com 1, 2, 12 ou mil semanas de vida! Serei sempre uma defensora de muitas viagens de mãe, o que necessita de muitas viagens de filho. Que cada vez menos pessoas abortem e possam vivenciar a maravilha que é ser mãe! Que pena que nem todos enxergam que isso é um privilégio!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Acolher em todas as horas, até no banho



Logo que nasceu, Tomaz chorava muito para tomar banho (dizem que todo recém-nascido chora). Quando o colocávamos de barriga para cima, aí é que o choro ficava intenso e não parava quase nunca. De costas parecia que a situação melhorava e ele se controlava melhor.  Nessas horas, que são sempre desesperadoras para uma mãe de primeira viagem, eu sempre ouvia a minha sogra dizer: todo recém-nascido acha ruim tomar banho de frente. 
Como mãe (sem nunca esquecer o adjetivo de primeira viagem) eu demorava para entender aquilo que ela dizia, pois não me fazia o menor sentido e eu nunca tinha feito nenhuma leitura sobre a razão do choro dos nossos pequenos (Sim, gente... sou demasidamente acadêmica. Preciso ler teoria sobre tudo para me convencer). 
Passei a entender melhor essa questão quando li o post que minha amiga Katherinne fez para esse blog: “O ‘vir a ser’ de um bebê: a maternagem nos primeiros tempos”. Nesse texto ela coloca que o bebê, assim que nasce, pensa ser composto por partes separadas. Sendo assim, se uma delas está solta, está o próprio bebê solto também, isso em sua concepção. 
É por isso que no banho eles choram tanto, pois têm medo que, estando uma de suas partes soltas, ele caia ou algo assim. De bruços, parece que ele fica mais acolhido, mais protegido e, com isso, chora menos. Que coisa interessante. E o pior é que é  verdade mesmo!
Só para vocês terem ideia, os meus problemas com choro no banho acabaram quando passei a usar aquela rampinha que vem junto com algumas banheiras. Pensem num santo remédio! Depois delas nunca mais teve choro no banho aqui em casa. Tomaz se sentia seguro sentando e tendo todo seu corpinho apoiado por aquela estrutura de plástico (que diga-se de passagem, são bem baratinhas) A mamãe aqui, com menos choro no banho, se sentia mais segura para esse momento, pois, certamente é mais fácil fazer qualquer coisa sem aquele choro todo, principalmente dar banho: seja ele de frente ou de costas. Se eu imaginasse isso antes, teria dado o banho nele desde o primeiro dia já usando esse equipamento que me foi e ainda é tão útil.
É por isso que hoje, na hora em que fui banhá-lo, pensei: acho que vou fazer um movimento pelo banho na rampinha. Acho que todos os bebês me agradecerão e se sentirão acolhidos por isso.
Foi assim, então, que entendi tudo: Talvez dar banho usando a rampinha tenha feito parte do meu processo de maternagem e eu nem sabia!  
 

domingo, 17 de junho de 2012

Tarsila e o Papagaio Juvenal

Sempre amei literatura e obras de arte. Por isso, mesmo antes de o Tomaz nascer, eu desejava que um filho meu valorizasse essas duas expressões artísticas (assim como todas as outras também). Foi então que conheci uma coleção de livros infantis que conseguiam dar conta, de forma competente, as artes plásticas e o texto literário. Além do mais, eram textos curtos, ideiais para crianças pequenas.
Ah, vocês devem estar se perguntando: crianças pequenas só podem escutar histórias curtas? Claro que não. O que acontece é que textos não muito longos favorecem a manutenção da atenção dos pequenos na atividade. Além disso, o ato de virar a página do livro e trazer uma nova ilustração nos ajuda a resgatar a atenção dos nossos filhos durante a leitura. Sendo assim, quanto menos texto tiver mais viraremos a página do livro, favorecendo o resgate da atenção da criança.

Tarsila é um livro ideal para iniciar os bebês no universo mágico da leitura!

sábado, 16 de junho de 2012

Oba, hoje tem sorteio


SORTEIO – A VIAGEM DE UMA MÃE
Olá, pessoal! Como uma das atividades preferidas do pequeno Tomaz é ouvir uma boa história, o blog A VIAGEM DE UMA MÃE está sorteando os livros preferidos dele entre os seguidores da nossa página no facebook.
Os livros que participarão do sorteio nos foram doados e são eles: “Picasso e o macaco Zezé”, “Tarsila e o papagaio Juvenal”, “ELE é FANTE” e “Hug Dug”, todos da Editora do Brasil. Tenho certeza que, assim como meu filhote ama essas histórias, seus filhos também adorarão. Ah, quem não tem filho não precisa se preocupar: são histórias de gente pequena, mas que gente grande também adora (a mãe do Tomaz que o diga).
Para participar do sorteio basta ir à página do blog (http://www.facebook.com/AViagemDeUmaMae ) e curti-la. Em seguida, compartilhar esse link. Quando a página alcançar 200 curtidas, realizaremos o sorteio. Quem já curtiu antes da promoção não precisa se preocupar, basta compartilhar esse link agora e estará, automaticamente, participando do sorteio. Quanto mais vezes você compartilhar mais chances terá de ganhar.
Boa sorte a todos e, ao ganhador, boas leituras.   

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Há três coisas para as quais eu nasci


Eu simplesmente adoro Clarice Lispector. Gosto tanto que sempre disse que se tivesse uma filha seria esse o nome que daria a ela (Calma, gente... Colocaria somente o Clarice sem o Lispector. Rsrrsrs). Porém, como veio o menino, escolhi Tomaz que, mesmo sem homenagear a ninguém, acho LINDO!
 Esses dias, lendo alguns de seus escritos, me deparei com o seguinte texto: “Há três coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos. O ‘amar os outros’ é tão vasto que inclui até perdão para mim mesma, com o que sobra. As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida. Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca [...].”
Caramba, que texto profundo e que é a minha CARA! Acho que eu, assim como Clarice, nasci para essas três coisas. Amar aos outros como primeiro ponto é de extrema necessidade nessa sociedade tão perversa. As pessoas são cada vez mais individualistas e parece que amar ao outro não tem espaço. Como pode as pessoas agirem como se o outro não existisse. Apenas pode se disponibilizar a ser mãe que tem a capacidade de amar o outro como a si mesmo (sim, um dos mandamentos bíblicos).
Imaginem as mães egoístas. Por incrível que pareça, há muitas delas por aí. Além de não darem conta de suas obrigações, suas incapacidades de amar ao outro terminam por adoecer seus filhos e a sociedade, pois essas pessoas carentes de amor terminam por contribuir no desajuste social.
O segundo tópico, “nasci para escrever”, eu descobri na vida acadêmica. Ah, como adoro escrever. Se duvidar passo o dia inteiro fazendo isso, embora ache que não é uma das minhas maiores virtudes. Quem sabe um dia, de tanto tentar, termino me tornando uma grande escritora (nem que seja grande no sentido de quantidade de textos produzidos rsrsrrs).
O terceiro tópico que Clarice dissertou e cujo conteúdo também é a minha cara é “nasci para criar meus filhos”. Nossa, no momento esse é o que eu mais me identifico. Que prazer eu sinto em amamentar (mesmo de forma artificial), dar banho, cuidar, brincar, enfim, fazer tudo com o Tomaz. Certamente, eu nasci para isso.

Por isso, como disse a Clarice, tenho que me apressar que o tempo urge. Tomaz acabou de acordar e, embora tenha nascido também para escrever, nasci anda mais para criar meu filho e tenho que parar agora para correr até ele. Até já, pessoal!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Ra-ra-rá, mas eu tô rindo à toa!


Tem coisa mais gostosa do que sorriso de filho? Tem não, de forma alguma. Ainda por cima quando eles aprendem a sorrir, ou melhor, gargalhar, como foi o que aconteceu com Tomaz nesse final de semana. A cada brincadeira do papai (ele simplesmente ama as brincadeiras do papai. Ninguém ganha para ele nesse quesito) ele gargalhava ao som de um “rarrai”!
Nunca tinha visto nada parecido: um neném de cinco meses que gargalha e ainda faz isso de maneira altamente, digamos assim, sem etiqueta! Confesso que nem liguei para uma possível deselegância do meu pequeno, porque o que eu realmente sentia a cada gargalhada sua era uma felicidade ENORME!
Ao vivenciar essa sensação eu me lembrei de uma pesquisa que eu tinha lido na Revista Crescer, cujo conteúdo tratava do sorriso infantil, afirmando que o riso do bebê provocava sensação de bem-estar na mãe!
Segundo o estudo ”ver o filho feliz traz sensação de prazer para a mãe, principalmente quando são bem pequenos, que é aquele momento em que os vínculos estão se formando”. 
Não tenho outros dados científicos que comprovem essa afirmação, mas minha pesquisa de campo, aquela realizada aqui em casa mesmo tendo como sujeito (ou seria melhor participante?) o pequeno Tomaz, não me deixam dúvidas de que esse estudo é corretíssimo.
A cada riso do pequeno eu me sinto mais motivada a agir em sua direção, interagindo com ele para, quem sabe, vê-lo rir mais e mais. Isso também é afirmado na pesquisa que aqui estou citando, quando destacam que

o sorriso genuíno já traz sensação de bem-estar de quem o recebe e fortalece as relações humanas. Quando é de um filho, provoca um ciclo chamado retroalimentação. Ou seja, o sorriso do bebê estimula o cérebro da mãe, que passará a interagir ainda mais com o seu filho, e ele irá responder de forma positiva aos estímulos recebidos da mãe. 

Por isso, se queremos estimular nossos pequenos a se desenvolverem mais e melhor (sabemos que o desenvolvimento infantil é afetado, em boa parte, pelos estímulos externos, sobretudo os provocados pela mãe que é a figura mais significativa para um neném), talvez um caminho seja o de provocar neles boas risadas.
Sem dúvidas essa será uma forma gostosa e interessante de estimulá-los, ampliando a possibilidade de desenvolvimento dos nossos pequenos e, ao mesmo tempo, desenvolvendo a nós mesmas. Acontece que no nosso caso o que estaremos desenvolvendo mesmo é a nossa felicidade. Que sorte a nossa, hein? Além de melhorar a vida dos nossos filhos, que são as pessoas mais importantes para nós, melhoramos, ao mesmo tempo, nossa própria vida. 


Dados disponíveis em http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI7622-10510,00.html 

domingo, 10 de junho de 2012

O “vir a ser” de um bebê: a maternagem nos primeiros tempos




Winnicott diz que não existe bebê sem a mãe, assim como não existe uma mãe sem o pai. A função do pai no estágio inicial de vida do bebê é a de maternar a mãe, assim como a da mãe, consequentemente, maternar o bebê.
Um bebê, na concepção dele, inicialmente é composto por partes separadas (não-integradas) de: pés, cabeça, braços, corpo etc. Como diz Winnicott (2000, p. 224), um “bebê que não teve uma única pessoa que lhe juntasse os pedaços começa com desvantagem a sua tarefa de auto-integrar-se, e talvez nunca o consiga, ou talvez não possa manter a integração de maneira confiante.”
É na experiência de alimentar o bebê, da amamentação (seja qual forma for: seio ou mamadeira) que se promove a possibilidade de construção de vínculo com o mundo. O momento da ilusão, em que o bebê acredita ser ele o criador de tudo que recebe (o seio, o leite etc.), possibilitará a entrada no mundo externo quando a mãe favorecer esse tipo de experiência (o bebê acreditar que seja ele o criador da situação). A mãe oferece ao bebê continuamente um pedacinho simplificado do mundo, de algo que está fora (mesmo que ele creia que seja criação dele, não o é verdadeiramente, mas ele só descobrirá isso mais tarde), que ele, através da mãe, passa a ter contato, a conhecer.
Nessa perspectiva, fazer uma boa “maternagem” é ser uma mãe suficientemente boa (na minha visão, é uma mãe que é nem tanto nem tampouco, é na medida, atende às necessidades do bebê instintuais e egóicas, vai se desligando gradualmente do bebê, à medida que o bebê vai necessitando menos dela e saberá quando de disponibilizar ao bebê, caso haja necessidade novamente). Inicialmente há uma adaptação quase completa às necessidades do bebê, e à medida que o tempo passa – e o bebê vai indicando essa possibilidade – ela adapta-se cada vez menos, de modo gradativo, seguindo a crescente capacidade do bebê em lidar com o afastamento dela.
O bebê pode ganhar com a experiência do afastamento, uma vez que a adaptação incompleta às suas necessidades abre espaço para a entrada real do seu conhecimento sobre o mundo externo a ele, no que ele, gradualmente, perderá a ilusão de que ele cria tudo e passará a existir o outro além dele (antes dessa fase o bebê acreditava que ele e a mãe fossem um só). Desde que essa experiência de afastamento não seja por um tempo maior que o tempo que ele possa suportar, é uma experiência importante e positiva na estruturação do psiquismo da criança, que possibilitará o crescimento de um sujeito confiante e seguro.
         Assim mamães, ajudem seus bebês nessa jornada de tornar-se um sujeito maduro, capaz de adequar-se às exigências da sociedade sem abrir mão excessivamente de sua espontaneidade pessoal. E papais, ajudem as mamães, e consequentemente seus bebês, nessa tarefa, que pode ser naturalmente e simultaneamente deliciosa e apreensiva.

Por Katherinne Gonzaga[1]

          A foto abaixo é uma ilustração da pessoa que faz a maternagem com Tomaz e da pessoa que exerce a maternagem com a mãe dele. 




[1] Psicóloga Clínica, Psicanalista da Sociedade Psicanalítica da Paraíba, Mestre em Educação (UFPB), Especialista em Psicologia Clínica – Psicanálise (EPSI/PB) e Especialização na Área da Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes (TELELACRI/USP).

sábado, 9 de junho de 2012

5º mesversário ao som de Conga La Conga


Hoje é um dia muito especial, meu pequeno Tom faz 5 meses. Nem que eu tivesse o dom de prever, imaginaria que minha vida hoje estaria como está. Tudo é mais intenso, mais urgente, mais complicado, mas, sobretudo, mais cheio de amor e diversão.
Há cinco meses eu deixei de ser eu mesma para me tornar a mãe de Tomaz e é incrível a diferença que isso faz. Pude me dar conta de tanta transformação hoje pela manhã quando, depois de 6 horas sem comer, Tomaz decidiu ficar empurrando a mamadeira para fora da boca com a língua, chorando abusadinho.
Nossa, como pode esse menino ficar tanto tempo sem comer e ainda rejeitar a comida? pensei eu. Foi nesse momento que resolvi convocar o maridão para me ajudar nessa difícil tarefa de alimentar Tomaz, direcionando-o o seguinte comando: Pery, distrai o menino aqui para ver se ele come.
Prontamente o pai de Tomaz (que nesse momento eu percebi que mudou demais também, talvez até mais do que eu) pegou dois chocalhos e começou a dançar, embalado pela trilha sonora CONGA LA CONGA da Gretchen que ele cantava de forma meio desafinada. Ao invés de fazer o Tomaz comer, o pai dele fez foi com que eu me acabasse de rir, e aí foi que a coisa ficou mais difícil ainda.
Quando eu consegui me controlar, o pai de Tomaz já tinha feito de tudo: dançado Gretchen, cantado músicas infantis, chocalhado com os brinquedos, até mesmo descascado um abacaxi de pelúcia que o Tom tem ele já tinha feito. Após tanto esforço, o nosso pequeno não só comeu, como não deixou nenhuma gotinha dos 240 ml. de leite que estavam em sua mamadeira.
Quem imaginava, há cinco meses, que eu veria meu marido dançando Gretchen e ainda ficaria feliz com isso, hein? Tudo pelo bem estar do Tomaz que agora é nossa grande prioridade. É muito bom ser mãe desse pequeno, sobretudo tendo o pai que ele tem. Valeu maridão! O Tomaz adorou sua performance comemorativa pelo seu 5º mesversário.
Quanto a mim, estou aqui pensando no que ainda verei pelos próximos meses e anos. Ah, o Tomaz terá que nos pagar com juros todos esses micos vividos. Os juros? Isso ele paga com amor.  

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Errar é humano


A semana terminando e isso significa que meu retorno ao trabalho está se aproximando... Por isso, esses dias estou aproveitando os últimos minutos e segundos disponíveis para ficar em tempo integral com o meu gordo.
Como uma das atividades preferidas do pequeno Tomaz é ver DVD, tirei a semana para fazer um intensivo com ele, terminando de decorar as últimas musiquinhas que me faltavam aprender. É, ele não gosta de qualquer DVD, apenas daqueles que são coloridos e musicais: Cocoricó, Galinha Pintadinha I e II, Os Pequerruchos, etc. Eis que no meio dessa minha perigrinação entre os chatosos Patati Patatá e o DVD não muito interessante da Galinha Pintadinha (essas opiniões são minhas não do Tomaz. Ele pensa justamente o contrário disso) eu tenho uma grata surpresa: o DVD Toquinho no Mundo da Criança.
Tomaz tem esse DVD faz uns dias, mas eu ainda não tinha parado para assistir prestando atenção junto com ele. Ontem fomos fazer isso e, de repente, passou a faixa ERRAR É HUMANO. Gente, fiquei emocionada.
Além das imagens serem lindas, bem cuidadas e com colorido maravilhoso o conteúdo da música trata de um tema importante para o desenvolvimento dos nossos filhos, sobretudo numa sociedade onde a beleza e o sucesso são “valores” tão importantes para a maioria das pessoas: a questão dos defeitos de cada um.
Ao tratar desse tema em sua canção, Toquinho destaca que não temos que ter vergonha por não sermos o melhor da escola ou qualquer coisa assim. Isso porque, quando não sabemos de algo que consideramos importante, “a vida irá, aos poucos, te ensinando, e o certo você vai saber: errando, errando, errando!”
Caramba, parece simples essa afirmação, mas ela pode nos ajudar a ensinar aos nossos filhos uma coisa tão natural para a aprendizagem que é o erro, o erro construtivo, a tentativa de acerto. Isso tem que ser aprendido como parte do processo... Se assim o for, milhares de pessoas deprimidas em função do erro poderão abandonar suas condições de fragilidade e continuar tentando, tentando, tentando. Que bom será quando for assim. Parece que hoje em dia ninguém mais quer errar nem ralar e, por isso, copia trabalho da internet ao invés de pesquisar, cola da prova do coleguinha ao invés de estudar, toma remédio para emagrecer porque não quer ter o sacrifício da dieta.
Que bom que Toquinho poderá me ajudar a ensinar ao Tomaz que Errar é Humano, como ele mesmo colocou no título da canção. Obrigada por essa, Toquinho! Vou ter o maior orgulho de ser a mão que ajudará o Tomaz a andar de bicicleta.
Por enquanto, deixa ele aprender, errando e conseguindo, a pegar os objetos que é mais fácil que andar de bicicleta!



Quem quiser ver o clip da música que eu falei, é só clicar aqui: Errar é Humano

terça-feira, 5 de junho de 2012

A viagem de volta ao trabalho!


Em 4 dias o pequeno Tomaz ficará um pouco maior: 5 meses! Nossa, como passou rápido. As pessoas me diziam isso e eu, que vivia no olho do furacão dos refluxos do Tomaz, sentia muita raiva ao ouvir tal afirmação!
Hoje ele está bem melhor. Gofa muito ainda, mas a mamãe nem liga tanto e ele parece já não sofrer mais, pois, após ficar todo gofado, abre um sorriso lindo que me parece dizer: fica tranquila, mamãe, eu estou bem! Meu coração se conforta com isso. Além do mais, a pior parte desse refluxo que era o momento em que ele se engasgava parece que agora é coisa do passado e não acontece mais.
Nessa nova fase de mãe menos surtada, me parece que as pessoas estavam certas... O tempo passa rápido demais! Apenas essa semana me dei conta que 09/06/2012 é uma data fatídica: 4 meses de licença maternidade mais um mês de férias correspondem aos exatos cinco meses que Tomaz vai completar. Isso quer dizer que a comemoração desse mesversário do pequeno terá, também, um pouco de despedida. Nossa, que sentimento HORRÍVEL!
Pode parecer drama para quem nunca vivenciou essa experiência ou um pouco de exagero para quem já passou por ela, mas o que sei, realmente, é que meu coração está aos pedaços. Depois de passar nove meses com ele em minha barriga e 5 meses ao seu lado todos os dias o dia inteiro eu finalmente retornarei às minhas atividades normais. Por mais que adore minha vida profissional e não queira abrir mão dela de forma alguma, cada minuto a mais marcado pelo relógio estão sendo vistos por mim com um minuto a menos de convivência diária com meu filho.
Não estou muito preocupada achando que Tomaz sofrerá, pois sentirá minha falta. Acho que quem vai chorar quando esse cordão umbilical for cortado sou eu. Tomaz é tranquilo e quase não estranha as pessoas. Além disso, ele tem uma relação ótima com a babá dele que já está acompanhando-o há três meses, o que o deixará tranquilo durante o dia.
Nossa, escrevendo isso percebi que fiquei mais angustiada ainda. Será que ele realmente não vai chorar? Oh, não! Meu filho não liga mais para mim.... Reflexões de uma mãe neurótica. Até parece que o que eu queria mesmo é que quando eu saísse de casa ele ficasse como na foto abaixo: 


Nossa, quem realmente está sofrida sou eu! Penso eu: ele ainda não se vira sozinho... será que quando ele fizer isso eu vou estar no trabalho? Será que quando ele engatinhar eu também estarei lá? Oh, não, Tomaz!!!! Deixa para fazer tudo isso durante o final de semana, tá? Caso contrário, essa mãe vai chorar de montão ainda!

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Generosidade não pode ser circunstancial


Estava eu estudando estes dias quando tive o privilégio de ler no livro da minha querida professora Luciene Tognetta a seguinte reflexão:

 Eis como uma amiga me contou a história passada com sua filha:
 Preocupada com sua demora em chegar da escola, eu estava aborrecida quando ela finalmente apareceu. Com a voz zangada, pedi a ela que explicasse a razão do atraso.
Ela disse:
- Mamãe, eu estava vindo a pé com a Julie, quando, no meio do caminho, ela deixou cair a boneca, que se partiu em mil pedaços.
- Ah, meu bem – respondi- você se atrasou porque foi ajudar Julie a tentar colar os pedaços da boneca.
Com sua vozinha inocente minha filha me disse:
- Não, mamãe. Eu não sabia como consertar a boneca. Só fiquei lá para ajudar a Julie a chorar.
(Dan Clark)


Com os olhos marejados eu quase não consegui terminar de ler o texto e comecei a refletir que o tema da generosidade estava aparecendo, de forma recorrente, nos meus dias. Dias atrás, por exemplo, meu querido e amado orientador Fernando Andrade (mesmo tendo concluído o mestrado ele ainda é meu orientador e será sempre) me perguntou o que de melhor eu tinha aprendido com meu pai. Na hora eu pensei e, de forma rápida, respondi: aprendi a ser uma pessoa generosa. Ah, isso meu pai sabia ser!


Quem nunca chegou à minha casa e não comeu um pãozinho torrado por ele? Quem de nossa família nunca foi levado ao trabalho, à faculdade ou à qualquer canto por ele, que ainda se sentia lisonjeado em nos dar carona? Luizinha, quer seu leite? Até mesmo a Amanda, que ele sabia que não tomava café de manhã, ele dirigia a pergunta: o que queres que eu faça para você, minha filha?
Quantas manhãs meu telefone tocava e era ele: “minha filha, como Tomazinho passou a noite?” E eu respondia: “passou bem, pai”! E ele desligava... Não era nada, ele queria apenas saber como estávamos.
Meu pai sempre foi assim. Isso eu não tenho dúvidas: generosidade aprendi com ele. Ainda bem. Penso isso porque se tem algo que eu acho horrível é quem não sabe compartilhar, quem pensa que o mundo é seu próprio umbigo e não divide as coisas com os outros. Infelizmente nesse mundo tem gente que dá mais valor as coisas do que as pessoas.
É por isso que hoje no café da manhã, quando surgiu o tema do que queríamos que Tomaz fosse quando crescesse eu não tive dúvidas: um homem generoso. Tudo o mais de sua vida será escolha sua, mas a generosidade, a honestidade, a solidariedade, ou seja, as virtudes, isso não vou esperar ele crescer para tomar essa decisão. Essa escolha eu já fiz desde antes dele nascer e, é por isso, que tenho pensado tanto nas virtudes: hoje, mais do que nunca, tenho a responsabilidade de educar!
Alguém pode estar se perguntando: será que eu posso escolher isso por ele? Com certeza não! Mas posso escolher tomar atitudes que favoreçam a sua formação moral e fazer da minha casa um ambiente no qual ele aprenda a cooperar, tendo oportunidade de desenvolver uma personalidade ética. Ética, o que é ética? Ah, essa palavra tão pequena e cheia de significados quer dizer uma vida boa para e com o outro em instituições justas.
Como desejo que Tomaz seja uma criança, um adolescente, um jovem e um homem capaz de reconhecer que a vida dele só pode ser boa para e com o outro em instituições justas. Para ele reconhecer isso, eu terei que fazer a minha parte: oferecê-lo uma educação na qual o outro tenha valor, na qual a justiça seja um ideal de vida!
Não apenas eu posso fazer isso: todos nós que temos o privilégio de educar (sendo pai, mãe ou professor e professora) podemos fazer isso. Temos que tomar essa decisão: formar meninos que sejam melhores para si e para o mundo.
Para isso, precisamos compreender que a virtude não é circunstancial. Algumas pessoas dizem: “vou ensinar meu filho a dividir apenas com quem divide com ele...” “Vou permitir que meu filho empreste o lápis na escola apenas aos garotos que são cuidadosos. Aquele menino que todo dia esquece o lápis, ah, a esse eu não vou deixar ele emprestar não!”  Quando escuto esse tipo de afirmação eu fico triste e penso, isso não fará parte da vida de Tomaz.
Quanto erro temos cometido ao educar! Não podemos educar os nossos filhos desenvolvendo neles a crença de que a solidariedade ou qualquer outra virtude é circunstancial ou seletiva. Não posso ser bom apenas para mim ou para poucos ao meu redor. Essa forma de ser não é ética.
O que eu quero mesmo é que Tomaz aprenda que, sendo melhor para o outro ele está sendo melhor para ele próprio. Eu desejo, de fato, que isso seja introjetado em sua personalidade. Não quero isso apenas para que Tomaz seja considerado bonzinho. Desejo isso, sobretudo, para que ele possa ser feliz! (esse é o desejo de toda mãe: ver seu filho feliz). Mas o que tem a ver ser generoso e feliz? Comte-Sponville, citando Spinoza, afirma que “o amor é a felicidade e a generosidade é o caminho”.  
É por isso que tenho que apresentar esse caminho ao meu filho. Por isso, tentarei fazer com que Tomaz aprenda que o prejuízo de ter um lápis quebrado por um colega é menor do que o benefício de ter ajudado alguém... Tenho essa dívida com ele porque isso eu pude aprender com meu pai, vivendo em uma família que sempre favoreceu o compartilhar: eu faço parte de uma família de pessoas generosas: mãe, pai, irmãs, sobrinhas... Atém mesmo o cunhado, que chegou na família de repente, é uma das pessoas mais generosas que pude conhecer.
GENEROSIDADE: Isso eu aprendi. Por isso, espero conseguir fazer pelo meu filho aquilo que meu pai fez por mim: ajudá-lo a ser alguém melhor, por ele mesmo e não em função do contexto. Assim, se um dia Tomaz se atrasar na volta da escola porque ajudou alguém a chorar, eu também chorarei, mas de alegria, tendo a certeza de que minha missão foi cumprida.