sábado, 23 de fevereiro de 2013

Tom, a leitura e o livro certo


Os tripulantes que já embarcaram nessa Viagem de Mãe sabem que desde pequenininho leio para o Tom. Faço isso porque considero a leitura uma competência fundamental para a vida e, por isso, o que estiver ao meu alcance será feito para que meu gordinho leia e goste de ler.  

Esse meu empenho já foi até motivo de ser taxada de louca quando ele ainda era recém-nascido. Deixa eu explicar melhor essa história.... Quando o Tom nasceu, ele foi prematuro. Eu tive muito medo de não saber cuidar dele e contratei uma enfermeira para ficar comigo durante o primeiro mês dele em casa.
A pessoa escolhida foi uma senhora que me afirmaram ter muita prática com crianças. De fato, não duvido que ela tivesse. O problema é que ela já era de uma outra geração, na qual se lia para crianças apenas quando elas já sabiam ler.
Por isso, era difícil para ela entender que na rotina do meu filho, após a amamentação, vinha uma linda história contada da melhor forma que eu sabia contar. Era nessas horas que ela ia para minha cozinha e dizia à menina que me ajuda em casa: essa mãe de Tomaz só pode ser doida... Contando histórias para um menininho de dias de vida.
Quando soube disso, eu sorri e continuei contando histórias porque, de fato, também me considero um pouco doida e não abro mão de oferecer ao meu pequeno uma leitura gostosa, divertida!
De início, eu contava uma história qualquer que saia da minha cabeça e de meu repertório literário... depois vieram as histórias dos livros que, graças a Deus, aqui em casa são muitos. Só para se ter uma ideia, a “bebeteca” do Tom conta com um acervo de mais ou menos 400 títulos diferentes de literatura.
Os primeiros livros escolhidos dentre tantos foram os grandes, com imagens bastante coloridas. Não me preocupei muito com a história, pois contava a história ao invés de ler, o que me permitia adequar.
Fiz isso porque, de início, devemos nos atentar em contar histórias curtas, com poucas palavras em uma página, já que a atenção do bebê é mínima e quando mudamos a página ajudamos a resgatar e evitar a dispersão.
Quando ele fez uns 4 meses, comecei a escolher os livros que possuem pop up (imagens em 3D que saltam dos livros). Os pop up ajudam a aproximar a criança do livro e cativam muito a atenção. Aqui em casa, esses livros fizeram sucesso e foram muito lidos para o meu pequeno até o fim de seu primeiro ano de vida.

Agora iniciamos uma nova fase. Abandonei um pouco os de pop up e comecei a usar outros que temos em casa. Eu leio a história e, em seguida, entrego o livro para ele folhear. Ontem mesmo foi uma graça... Ao terminar uma contação, entreguei o livro na mão dele que ficou tentando passar as páginas usando as pontas do dedinho, parecendo até gente grande. Foi lindo!!!
Pode parecer bobagem, mas faço isso porque o livro tem que ser manuseado pela criança, pois apenas assim ela poderá adquirir um comportamento leitor.
Acontece que o Tom ainda é muito novinho e ele explora o livro da forma que sabe, de modo que, muitas vezes, leva-o até a boca, rasgando e sujando algumas páginas.
Eu não faço questão alguma que isso aconteça. Até chego a considerar um bom sinal uma página na qual um pedaço “foi comido”, pois isso significa que alguém aqui em casa está devorando livros (mesmo que literalmente).
Entretanto, como acho que folhas de livro não são os alimentos mais saudáveis, compramos hoje um exemplar de páginas grossas, de modo que é mais difícil dele comer e mais fácil dele folhear!!!


Essa foi a grande aquisição dos últimos dias e tenho certeza que ajudará o Tom na exploração do livro, permitindo-o manuseá-lo mais facilmente. Além da parte física, considerei que a história também é muito legal e educativa. Assim, decidi compartilhar aqui o título e a editora: CORES: O ELEFANTE FAZ UM ARCO-ÍRIS. A Editora é V e R e foi adquirido na Livraria Cultura.

Vale a pena para quem tiver querendo investir em livros adequados para essa faixa de etária inicial (1 ano e até um pouco mais) adquirir livros como este. Digo isso porque o bebê ouvirá uma boa história, ao mesmo tempo em que conseguirá desenvolver atitudes necessárias ao comportamento leitor: curiosidade em explorar o material.
Certamente estes momentos de leitura em muito ajudarão ao desenvolvimento dos nossos pequenos.  Falo isso com toda certeza que uma pedagoga (me esqueço as vezes que sou pedagoga e só lembro que sou mãe) pode ter, visto que a teoria nos diz que criança que ouve história fica mais atenta, mais calma e criteriosa. Aqui em casa eu tenho confirmado na prática isso, pois a percepção do meu Tom é algo de chamar atenção.
Fica a dica... A Viagem de uma Mãe está literalmente viajando no mundo da imaginação e desejando que nosso tripulante principal, o Tom, também entre nesta viagem.
   

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Carnaval ao som de mamamamamama.


De nascimento sou baiana, mas de alma, corpo e coração sou PERNAMBUCANA da mais perfeita categoria. A pernambucanidade é uma coisa tão presente em mim que vez por outra me pego errando em fichas cadastrais no quesito naturalidade, informando que nasci onde desejo, não onde realmente aconteceu.
Essa coisa tá ficando tão séria que há uma semana me ligaram da minha agência bancária querendo fazer atualização de cadastro. Para dar início a conversa com eles tendo certeza de que eu era realmente “a pessoa interessada” me fizeram aquelas clássicas perguntas: nome, data de nascimento, CPF e local de nascimento. Tal foi a minha surpresa que a moça do outro lado me disse: senhora, o local de nascimento não confere.
Naquele momento eu pensei:
- Como assim não confere? Minha mãe me fez achar durante todos estes anos que eu era soteropolitana!!!!
Foi quando, para meu espanto, ela prosseguiu:
- Aqui informa que a senhora nasceu em Recife!
Neste momento eu me belisquei para ter certeza que não era sonho e afirmei:
- Minha senhora, deve ter algum erro em seu cadastro. Eu sou Soteropolitana.
Não muito convencida do que eu afirmava, a moça do outro lado da linha continuou a conversa me fazendo outras perguntas que confirmassem que eu era realmente eu. Toda esta narrativa introdutória serve apenas para dizer: Recife, como é grande o meu amor por você!
Meu amor por esta terrinha é enorme e com direito a tudo que ele tem (não amo tudo que tem no Recife, mas amo o Recife da forma que é). É quase como um amor de mãe que ama mais que tudo e do jeito que é.  
No meio desse louco amor está a minha paixão pelo carnaval da minha cidade que, sem medo de ser piegas, é o melhor do mundo. Mesmo que esse amor esteja adormecido, ele permanece vivo e meus olhos brilham a cada marchinha carnavalesca e fantasia inusitada.
Digo amor adormecido pois há dois anos que abandonei os carnavais. Há dois anos que não pulo atrás dos blocos, que não canto no meio da multidão: voltei, Recife... Foi a saudade que me trouxe pelo braço, nem fico pensando qual será a fantasia que me ajudará a compor meu personagem de verdadeira foliã!!!
Não que isso seja um lamento. Abandonei os carnavais momentaneamente, pois tive o privilégio de conhecer um amor ainda maior: o amor materno. Por ele eu troquei as marchinhas por fraldinhas, os frevos por cantigas de roda e as fantasias por roupas confortáveis que não irritem a pele do meu pequeno.
Troquei também a música mais tocada no carnaval. Ano passado, por exemplo, minha trilha sonora foi composta por choro e jatos de vomito que insistiam em sair da boca do Tom. Mesmo com toda angústia que acompanhavam meus primeiros dias de mãe, posso afirmar que tinha sido o melhor carnaval da minha vida.
Isso se não tivesse tido o carnaval deste ano. As programações de momo e as trocas feitas continuam as mesmas do ano passado. Mudou apenas a música do carnaval que não foi frevo, maracatu nem axé. A música mais tocada no carnaval da minha casa foi “mamamamamamama”!!!
Isso mesmo, gente! Depois de muita expectativa finalmente o pequeno me chamou. Não que ele nunca tenha emitido sons com os fonemas M, A e E. Há tempos que ele vocaliza e sempre pronuncia balbucios que lembram a palavra mamãe.
Acontece que decidi não entrar na piração materna (pelo menos não nessa) que faz qualquer mãe achar que um simples bocejo do filho é a pronúncia das três letrinhas M, Ã, E! Coloquei na minha cabeça que só consideraria que o Tom falou qualquer palavra quando o som delas fosse proferido dentro de um sentido pertinente.
Foi então que durante os dias de momo meu pequeno olhou para mim com olhos apaixonados, tocou em meu rosto e falou: mamamama. A mãe aqui ficou toda bobona e retribuiu todo o amor que ele transmitia com muito beijo.
Daí então ele não parou mais! Foram 4 dias de muito mamamamama e durante esta folia que acontecia da porta pra fora da minha eu estava aqui ouvindo a mais lida de todas as melodias.
Esse Tom, resolve me aprontar justo no carnaval. Isso já me faz esperançar pelo que está por vir... Sendo assim, no carnaval do ano que vem, acho que vou me vestir de Pierrô. Isso porque a lágrima faz parte do traja e, como sou bobona, choro a cada novidade que meu pequeno decide apresentar.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Neste Carnaval a medalha não faz parte da fantasia

No Carnaval, a chuva não cai não cai do céu
A gente joga confete
E cai chuva de papel


Em 2012 passamos o ano inteiro recordando o carnaval que vivemos. Nossa como foi difícil!!! Digo isso por tudo que aconteceu nestes quatro dias e não por ter deixado de ir ao Galo da Madrugada ou qualquer outra festa da qual sempre gostei.
Tom tinha 1 mês de vida e os dias da folia de momo foram aqueles em que ele estava pior do refluxo. Só para terem uma noção, no sábado de Carnaval ele engasgou e tivemos que reanimá-lo com respiração boca a boca, sugando leite que estava em seu nariz.
Como se já não fosse o suficiente, na terça-feira carnavalesca ele tratou de engasgar-se novamente e aí, mãe e pai já desesperados, decidiram não dormir à noite. Ainda bem que eu tenho uma super mãe que veio pra minha casa se revezar conosco. Vocês nem imaginam, foi uma noite e tanto: cada um ficava com ele por três horas no colo e passava para o seguinte, na tentativa de que, através do revezamento, conseguíssemos nos manter acordados para não derrubar o bebê.
Rezando que a folia chegasse ao fim, na quarta-feira de cinzas já estávamos nós três lá no hospital, contando com a ajuda da prima pediatra Maria do Carmo, tentando entender porque ele tinha um refluxo tão severo. Seria má formação no sistema digestivo? Os exames trataram de nos dizer que não. Seria um refluxo intenso? Os exames disseram que sim: 8 episódios a cada 10 minutos.
Assim veio o laudo: o que o Tom tinha era refluxo o que, para os médicos, não era considerado uma doença, mas sim uma imaturidade no sistema de digestivo que, com o tempo, iria ser superada.
Confesso que de início senti um baita alívio, mas logo veio uma grande preocupação: quanto tempo viveríamos daquela forma com o Tom colocando tudo para fora e se engasgando?
A médica que o acompanhava, cuja competência sempre destaco aqui, tratou de me dizer que teria de ter paciência. Por volta dos 6 meses, segundo Dra. Margarida Antunes, ele apresentaria uma melhora significativa. Essa fala dela foi como um soco em meu estômago: como iria sobreviver mais 5 meses com essa realidade.
Chorei, me desesperei muitas vezes, mas hoje, um ano após, estou aqui relembrando esta história com um único sentimento em meu coração: nossa, passou mais rápido do que eu pude imaginar.
Conforme disse minha amada médica, aos seis meses Tom apresentou uma melhora significativa. De lá para cá ele nunca mais se engasgou como antes e hoje até brinca com uma tosse simulada que lembra seus episódios de engasgo. O detalhe é que ele usa disso quando é contrariado por saber que nós correremos para atendê-lo. Que engano, Tom. A mamãe sabe direitinho quando é de verdade e quando não é e não se rende a esse tipo de comportamento que meninos espertos adotam para satisfazer suas vontades.
Foi lembrando disso tudo que hoje, com um novo carnaval se aproximando, eu não poderia deixar de registrar aqui como a nossa vida mudou já que essa realidade agora está no passado apenas nos lembrando que os conselhos das pessoas mais experientes, normalmente, são verdades: isso tudo iria passar.
Agora em 2013 nada mais de aperreio nem estresse. O Galo da Madrugada continuará ainda nos esperando um pouco mais, porque esse ano os passeios carnavalescos que faremos serão todos aqueles que terminarem em INHO ou tiverem algo infantil no nome: Guiamum Trelosinho, Mini Carvalheira, Matiné e outros lugares nos quais há muito confete caindo do céu.
A melhor parte disso tudo é que estamos muito felizes em trocar o Galo pela Matiné, porque para nós o que importa mesmo é estar onde o Tom também está.
Isso porque, se rezávamos no ano passado para tudo passar depressa, este ano estamos querendo que as coisas caminhem a passos de tartaruga, para que, cada dia mais, possamos aproveitar o carnaval ou qualquer outro festejo ao lado do nosso pequeno que este ano está carregando no peito uma medalha de campeão. Ah, o detalhe é que a medalha não faz parte de nenhuma fantasia, ela é adereço da vida real.