segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Último post do ano




Ufa, 2012 está chegando ao fim. Hoje é o último dia deste ano que, com certeza, foi o mais difícil da minha vida. Quantas mudanças, quantas perdas, quantos dias de preocupação.
Contrária a toda essa avalanche de coisas negativas chegou, nesse mesmo ano, meu pequeno Tom para dar outra cor a esse ano que, sem ele, teria sido completamente negro.
Como pode um serzinho tão pequeno mudar tudo assim como ele fez. Tirar sorrisos de onde só havia pranto, tirar coragem de onde tinha muito medo, tirar muita fé de onde havia tamanha desesperança.
É por isso que, sem dúvida alguma, esse é o ano do pequeno Tomaz e da gratidão. Serei eternamente grata ao meu filho por te me mostrado que a vida sempre vale a pena, por ter me tornado o ser humano que sou hoje e, acima de tudo, ter me feito sentir um amor desse tamanho: infinito vezes mil.
Com ele a vida tá mais leve, mais fácil e mais cheia de poesia... com ele a vida tá mais completa, tá mais humana, mais cheia de energia... com ele a vida tá mais intensa, tá mais digna de se vivida, mais como eu queria.
E dessa forma eu começo 2013 dando início a outra viagem de mãe. Agora não sou mais a mãe viajante de um bebê recém-nascido. Sou uma mãe de um menino lindo prestes a completar 1 ano.
Que 2013 traga ao meu filho saúde, felicidade, amor, carinho, brincadeiras e tudo que ele precisa para se desenvolver bem e feliz. Peço isso porque se ele tiver tudo o que precisa, certamente, eu estarei feliz.
Te amo, Tom. Obrigada por ter vindo ao mundo em 2012. Sem você não seria possível passar por tudo que enfrentei! 



sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O fim dos tempos e uma linda noite de amor


Quando eu ouvia há anos atrás a canção de Zeca Baleiro que diz assim: “meu amor, o que você faria se só te restasse esse dia? Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria?” eu fantasiava muito:
- Eu comprava tudo o que tivesse vontade!
- Tomava três litros de Coca Zero sem parar!
- Comia tudo o que gosto sem me preocupar em ficar mais gorda do que estou!

Enfim, eu faria um monte de coisa que eu gosto e que me controlo diante delas porque tenho consciência de que exagerar prejudica minha vida futura. No momento em que esse futuro deixa de existir, eu posso enfiar o pé na jaca sem medo nem receio.
Acontece que ontem, diante de uma possível extinção terrestre anunciada pelos Maias para hoje (ou seja, após a meia noite os meteoros poderiam começar a cair), eu não fiz nenhuma das coisas que citei.
O que eu fiz foi pegar meus travesseiros, meu lençol, puxar a cama auxiliar que tem embaixo do berço de Tom e dormir velando o sono do meu pequeno.
O pai do Tom tinha saído, ido à confraternização do seu trabalho, e nós dois estávamos em casa... Na dúvida, preferi ficar ao lado do meu gordinho, pois, se algo acontecesse, não existiria a possibilidade de eu não conseguir chegar a tempo para estar com ele em meus braços no momento do fim do mundo.
Sei que isso tudo pode parecer meio louco. Admito que realmente é. Mas quem foi que disse que a maternidade é sã? Na verdade, é exatamente isso que pensa Winnicot: essa “loucura” materna é o quadro mais normal quando falamos em ser mãe.
Justamente por isso eu não fujo a regra e, se criarem outros boatos sobre o fim dos tempos, eu puxo de novo a caminha do quarto do Tom e me deito lá. Se o mundo não acabar, como aconteceu hoje, ao menos eu ganhei uma noite ao lado do maior amor da minha vida!
E ao acordar, vendo o mundo exatamente igual, eu fico com um sorriso igual a esse que o gordinho faz na foto abaixo.






quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

"10 coisas que nunca te explicaram sobre ter um filho"




1) Depois de 9 meses sendo a protagonista, você passa totalmente ao 2º plano, todas as coisas girarão em torno daquele pequeno ser que transformará de forma irreversível a sua vida.

2) Será quase impossível nos primeiros meses sair de casa na hora prevista.

3) De repente, tudo vai parecer extremamente perigoso, desde a poluição emitida pelos carros até os germes do chinelo fedido que o bebê insiste em levar à boca.

4) Mesmo você não gostando de comparações… será inevitável não querer saber se o bebê do vizinho dorme bem de noite ou se faz mais de um cocô por dia.

5) Ser mãe é mais cansativo que ter um trabalho em período integral, porque agora período integral são 24hs ao dia, 7 dias na semana… Ser mãe é um trabalho não remunerado, mas você vai se sentir altamente recompensada no primeiro sorriso banguelo as 6 hs da manhã.

6) Você vai descobrir que tem sim super poderes. Tomar banho em 2 minutos e almoçar em 5 são só alguns exemplos.

7) Para escolher os restaurantes, você vai trocar o guia Michelin, por qualquer restaurante family friendly.

8) Vai recuperar do fundo do baú músicas infantis de quando você era pequena e fazer questão de cantá-las para o bebê, sem se importar com a voz desafinada e com as adaptações das partes esquecidas.

9) Nunca mais lerá más notícias do jornal sem pensar “podia ter sido meu filho” e jamais conseguirá ser indiferente ao sofrimento de todas crianças do mundo.

10) Vai sentir um verdadeiro transbordamento de amor na primeira gargalhada espontânea, ao escutar o primeiro “mamãe”, nos carinhos das mãozinhas pequenas e em tantos pequenos grandes momentos de felicidade que a maternidade proporciona

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Gripe em filho = Cabelo branco em mãe


Por que criança adoece? Aliás, porque criança adoece tanto? Nossa... se tem uma coisa que deixa qualquer mamãe de cabelo em pé é a tal da doença no filho, seja ela qual for. Atire a primeira pedra a mãe que descorda disso.
Eu estou vivendo um momento no qual todos os meus cabelos estão em pé (ou seriam brancos?), pois de uns meses para cá todo mês o Tom pega um resfriado. O pior é que a impressão que tenho é que eles ficam cada vez mais fortes e resistentes.
O que ele está no momento foi terrível. Muito catarro, moleza no corpo e tosse que não se acaba mais. O resultado desses sintomas é um filhote molinho, abusado e que não dorme. Com isso, a mamãe fica um caco e preocupada pensando o que pode fazer para que o filhote melhore rapidinho.
O pior é que não tem muito o que fazer além de inserir a vitamina C, a nebulização de soro e Salsep nos cuidados diários. Agora é dar tempo para esse vírus chato ir embora, torcendo para que ele se canse de habitar meu filho o quanto antes. 

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Independência ou Morte!




Um dia desses minha sobrinha Amanda foi à minha casa visitar o pequeno Tom. Ao tocar a campanhia ela relatou que a minha mãe, avó do Tom, abriu a porta. Ela narra que olhou para minha mãe e perguntou:
- Cadê Janaína? – pra quem não sabe, Janaína é minha ajudante do lar, responsável por fazer as delícias que meu pequeno come.
Então minha mãe lhe respondeu:
- Na Cozinha.
E ela prosseguiu:
- E que está com Tomaz?
Foi quando Amanda avistou no chão da sala um menino gordinho e branquinho que, sozinho, se deslocava para lá e para cá sem necessitar da ajuda de ninguém. Ainda segundo relato da sobrinha ela disse que pensou: meu Deus, que independência!!!
Bem gente, pode parecer um besteirol essa história toda, mas não é mesmo. O relato de Amanda apenas confirma algo que eu já vinha percebendo há tempos: o Tom está independente. O que é ainda pior, ele está adorando isso e, cada vez menos, quer a nossa ajuda para o que quer que seja.
Parece que para me fazer entender que, de fato, tenho um filho grande, muito grande, abro o e-mail do baby Center de hoje e vejo um tópico sobre como ajudar meu filho a fazer amigos. Como assim, amigos??? Ele ainda é um bebê (ou será que sou eu apenas quem acha isso?).
O texto falava da importância da criança conviver com outras da mesma faixa etária, mesmo que elas ainda não interajam. É justamente a convivência entre elas que permitirá que reconheçam o outro como parceiro e possam, na interação, começar a estabelecer trocas.
Tenho percebido que, de fato, o Tom está trocando cada dia mais conosco. Ele já dá risadinhas interessadas para chamar nossa atenção, brinca de se esconder e acha a maior graça, sempre se divertindo quando nos disponibilizamos a diverti-lo (o que não é nada difícil)
É um grande privilégio ser a mãe dele e puder participar disso tudo!!! Agora tenho que pensar em situações nas quais ele possa conviver mais com seus amiguinhos, para que, cada dia mais, consiga construir amizades.
Espero que o Tom tenha na vida a mesma sorte que eu tive: ter grande amigos!
    

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

10 meses e os novos desafios


Nesse Décimo mês finalmente o Tom decidiu engatinhar. Ainda não vive para lá e para cá da casa o tempo todo, mas sempre que quer pegar algo que está mais distante, começa a mover-se com os quatro membros, ora engatinhando da forma convencional e ora como se fosse um cachorrinho deficiente.
Bem, o importante é que ele faz... da forma dele, no tempo dele, mas sempre mostrando que ele dá conta do recado e cumpre direitinho as etapas do desenvolvimento. Agora meu dever é ajudá-lo a ir além e, por isso, preciso propor algumas atividades que o ajudem a se desenvolver ainda mais.
Assim, novos objetivos surgem para essa fase, os quais os apresentarei a seguir, juntamente com as atividades que farão que tais objetivos sejam alcançados.

 Objetivos:
1- Engatinhar em padrão cruzado.
2- Sentar com equilíbrio perfeito de tronco e liberação de membros superiores. 
3- Erguer-se com apoio na posição de pé. 
4 - Trocar de posições: sentado para engatinhar e de engatinhar para sentado. 
5 - Dar alguns passos com apoio bilateral.

    Atividades relativas aos objetivos:
   
Objetivo 1:
Com apoio em 4 pontos(engatinhando), balançar a criança para frente, lentamente, usando brinquedos interessantes; estimular o engatinhar. Engatinhar na frente da criança, chamando-a pelo nome para perto de si.
    Colocar uma toalha de banho, passando pelo abdomem da criança na posição de engatinhar, segurar a toalha nas pontas e estimular o engatinhado. Gradativamente deixar a criança manter o peso do corpo nas mãos e nos joelhos e não na toalha.

   
Objetivo 2:
Colocar a criança sentada; segurá-la no quadril (por trás) e balançá-la para frente, para direita, para esquerda, deixando os membros superiores livres, estimulando assim as reações de equilíbrio de tronco.

   
   
Objetivo 3 e 5: Colocar a criança de pé, mantendo os joelhos em extensão (apoiados), abaixar e levantar o tronco, com apoio ora na mão direita, ora na mão esquerda.
- Usar caixas de papelão ou madeira, cheias de brinquedos, estimular a 
  criança a erguer-se, com apoio na caixa, para alcançar os brinquedos. 
- Dar apoio nas duas mãos da criança, estimulá-la para alcançar os 
  brinquedos. 
- Dar apoio nas duas mãos da criança, estimulando-a a dar pequenos 
  passos.
   
Objetivo 4: Estimular a criança a trocar de posição no espaço: estando sentada chamá-la para perto de você. Usar brinquedos atraentes, quando se aproximar engatinhando, estimulando-a a sentar-se para brincar. 
É isso então. Novas metas e novas atividades para o Tom... Espero que ele continue dando conta do recado, porque a mamãe aqui continuará estimulando-o.

Atividades retiradas do site Viva Maternal. Para le na íntegra, clique neste link.

domingo, 11 de novembro de 2012

A vida com Tomaz é Dez!


Quando escutamos o número dez, normalmente, vem a nossa mente a ideia de algo positivo. Quando tiramos dez na escola chegamos à nota máxima... Quando alguém nos diz que somos dez significa que somos alguém do bem, gente boa... Enfim, é um número que parece do bem.
Pois bem, agora meu pequeno alcançou essa marca e fez dez meses num momento em que a minha vida parece dez vezes mais feliz, dez vezes mais especial.
Com essa nova idade vieram junto dois dentinhos, febre, diarreia, nariz entupido, vômito (todas as vezes que o nariz do Tom congestiona, ele fica vomitador de novo. Eita refluxo que não nos abandona!) e tudo mais que todo pediatra diz que não tem nada a ver, mas que todo mundo que tem filho sabe que tem sim!
Veio também um menino que ainda não decidiu se vai ou não engatinhar e que gosta mais de se segurar nas coisas e sair dando os seus passinhos. Quando resolve “engatinhar” faz a imitação de um cachorrinho cotó, que puxa uma perna e arrasta outra de uma forma muito, muito, muito engraçada.
Veio um menino que tá cada dia maior, mais esperto e que agora decide o que quer comer e, até mesmo, a temperatura do alimento. Quando o almoço e/ou jantar começa a esfriar, tem que voltar ao micro-ondas e aquecer novamente se não ele enguia e não come de jeito nenhum.
Veio uma mãe cheia de saudade de um bebê que até ontem ela tinha, mas que, sem que ela percebesse, foi embora e, por mais que ela chame, ele não volta mais.
Então, é justamente por isso que essa mãe precisa se acostumar com o menino que substituiu o bebê para que ela possa começar a curtir essa nova fase da sua vida que, sem dúvida, vai ser tão DEZ quanto a anterior.
Porque o importante mesmo, é ter o Tomaz sempre junto comigo, seja na forma de bebê, menino, adolescente ou homem... porque seja como for, vou olhar para ele sempre como o meu bebezinho.
Parabéns pelos dez meses, filho! Te amo demais por ter deixado minha vida completamente dez!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A grandeza do amor de mãe


Mamães leitoras da viagem maluca dessa mãe, gostaria de fazer-lhes uma perguntinha: Conforme o tempo passou e os filhos de vocês foram crescendo, o amor foi aumentando...
Pergunto isso porque com o nascimento do Tom senti uma coisa tão maluca que me fez acreditar que aquele era o maior amor do mundo. Mas hoje, a cada vez que olho para ele, percebo que esse amor só cresce e me faz ainda mais feliz.
Cada vez que ele me olha e sorri para mim, me desmorono inteira e hoje entendo perfeitamente porque as mães erram na educação dos filho (embora isso não justifique), pois é impossível resistir aos charmes que eles fazem.
Agora a moda do meu pequeno é essa: toda vez que eu surjo na frente dele ele me abre um sorriso e, aí, o que é que acontece? A mamãe aqui fica toda derretida e se sentindo super culpada quando precisa sair.
É por isso que hoje eu penso que o amor de mãe é eterno, mas, mais do que isso, é infinito, pois se quer cabe no meu peito. Aí, quando ele fica querendo transbordar, eu venho aqui e escrevo, porque daí começo a guardá-lo em outro lugar, para dar espaço a mais amor que, com certeza, amanhã nascerá.
Eita coisa maravilhosa esse amor de mãe: quanto mais você oferece ao filho mais ele cresce!!!!


domingo, 28 de outubro de 2012

Não, não não!!!! É um absurdo bater em crianças.


Não é novidade para ninguém que os pais possuem uma influência enorme na vida dos filhos. Sendo assim, não é de se estranhar que muita gente esteja mobilizada para refletir sobre a forma como homens e mulheres têm educado suas crianças.
Neste contexto, muito se tem discutido sobre bater ou não quando a intenção é educar e impedir que as crianças continuem errando. Até mesmo uma lei foi sancionada a fim de garantir que as palmadas (e toda forma de violência física “disfarçada” de educação) sejam proibidas, dividindo opiniões e causando muita discussão sobre o tema.
Infelizmente, bater nos filhos é uma questão que faz parte da cultura brasileira e é uma herança histórica de nosso país. Justamente por isso, o tema precisa vir a tona e ganhar espaços de discussão. Então vamos lá. Depois do post da querida Paloma Mendes trazendo a reflexão jurídica sobre o tema, decidi compartilhar aqui minha visão educativa desse assunto. Não vou me deter ao texto da lei, pois acho um absurdo ser necessário “proibir” as palmadas quando, ao me ver, elas NUNCA deveriam ter sido cogitadas como possíveis (Ih, acho que posso acabar por aqui, pois vocês já descobriram que sou TOTALMENTE contra bater em crianças, assim como em qualquer ser humano. Aqui em casa cinto servirá apenas p
ara segurar calças, chinelos para proteger os pés e a mão... essa é só para dar muito carinho ao pequeno TOM.
).
Digo isso porque os prejuízos que uma surra pode trazer ao desenvolvimento infantil é muito maior do que o benefício que ela pode proporcionar (se é que existe algum). Além disso, não é nada justo espancar uma criança que erra, pois, na maior parte das vezes em que isso acontece, os adultos se quer tinham se dado ao trabalho de dizer a ela como era o correto, acreditando que ela já devesse saber como agir em todas as situações da vida.
Sendo assim, destacarei alguns aspectos que me fazem ser CONTRA qualquer forma de violência, sobretudo as direcionadas às crianças e aos adolescentes.
Em primeiro lugar, práticas educativas que usam da força (seja física ou simbólica) para educar às crianças são consideradas coercitivas. Esse tipo de modelo, segundo Alvarenga (2001), é caracterizado pela aplicação direta da força, incluindo punição física, privação de privilégio e afeto, ou pelo uso de ameaças. Essas técnicas fazem com que a criança controle seu comportamento em função das reações punitivas dos pais. Além disso, elas produzem emoções intensas tais como medo, raiva e ansiedade, que tendem a reduzir ainda mais a possibilidade de a criança compreender a situação e a necessidade de modificação do comportamento.
Dessa forma, se acreditamos que uma boa surra, pode ser funcional, Alvarenga e seus estudos nos ajudam a entender que não é bem assim que funciona.  
Além disso, há pais que não conhecem prática educativas que se configurem como alternativas às velhas palmadas e, quando escutam alguém que defenda o não uso das “cintadas” terminam por pensar que são pessoas que defendem a liberdade total e a não aplicação dos limites às crianças.
Nossa, é justamente o contrário. Em momento algum estou dizendo que as crianças não devam receber limites e sim que elas não devem ser espancadas. Para ilustrar a diferença entre educar e maltratar, mostrando outras formas educativas de intervir, socializo a seguir um texto publicado na revista Cláudia e que muito pode ser útil as pessoas que acreditam que é possível percorrer outros caminhos.
Quando perdem a paciência, porém, muitos partem para a agressão, sem perceber que há outras alternativas para lidar com os comportamentos difíceis. Mas é possível segurar a própria mão, como ensinam Márcia Oliveira, coordenadora da Campanha Permanente Não Bata, Eduque, e as psicólogas Luciene Tognetta e Sônia Maria Vidigal, professora de pós-graduação em relações interpessoais da Universidade de Franca, polo Campinas.
‘Se me dá tapinhas na cara ou puxa meu cabelo, leva uma palmada Pense: você é a mãe, a criança é que precisa ser educada. Diga claramente que aqui lo doeu e que ela não deve bater. Pode não funcionar de imediato, mas dá bons resultados a longo prazo. Por outro lado, ao bater, você gera apenas dor, raiva e não ensina a criança a refletir sobre os seus atos.
‘Saio do sério com os berros do meu filho Crianças pequenas não sabem expressar emoções e desejos. Ao gritar, talvez seu bebê queira apenas solicitar sua atenção. Como adulta da relação, ajude-o a colocar em palavras esse sentimento: “Você quer a mamãe?”. Se possível, distraia-o com uma brincadeira.
‘Dou um tapinha na mão quando ele pega coisas perigosas Ele não pegará mais o objeto em questão, do mesmo modo que um ratinho de laboratório deixa de subir em uma escada ao tomar um choque. Mas continuará a se expor a outros riscos. É melhor afastar a criança do perigo e explicar que aquilo machuca.
‘Se apronta demais, leva um beliscão O suíço Jean Piaget (1896-1980), estudioso do desenvolvimento da inteligência, dizia que o castigo físico leva ao conformismo (quando a pessoa só sabe obedecer) e ao cálculo de risco (em que a obediência é proporcional ao medo do castigo). Portanto, bater para obter um bom comportamento é a receita para formar pessoas que receiam o novo ou que, no futuro, não hesitam em fazer algo errado, desde que a probabilidade de punição seja baixa.
‘Quando fico nervosa, digo ao meu filho que não gosto mais dele A retirada de amor é um método infalível... para criar um ser dependente e infeliz, que se sentirá sempre na obrigação de buscar a felicidade dos outros e nunca a própria. Ao repreender sua criança nomeie o comportamento que é alvo de desaprovação. Por exemplo: “Não gosto quando você grita”. Em vez de: “Não gosto de um bebê barulhento como você”. Afinal, confesse: seu amor de mãe é incondicional e não será verdadeiramente abalado por nenhuma traquinagem.
‘Se uma regra importante foi quebrada, deixo de castigo no berço Você pode até ir com a criança para outro cômodo, mas aproveite essa retirada para explicar o que houve de errado na atitude dela e não para castigar. Isolar o bebê como castigo ensina que estar sozinho é algo negativo, o que nem sempre é verdade.
É por isso que aqui em casa a palmada não é proibida, porque ela jamais foi cogitada como uma possibilidade. Ela não existe e jamais será aplicada ao Tom, independente do tipo de erro que ele venha a cometer.
Dizer isso não é afirmar que meu filho não será educado. Muito ao contrário. Justamente por amá-lo demais terei cuidado para que as estratégias educativas que eu venha a usar possam, efetivamente, levá-lo a um estágio superior ao que ele se encontra e não piorar a situação.
O Tom receberá educação sim, mas da palmadas e de qualquer outra agressão física ele será poupado. Ainda bem que aqui em casa ele não vai precisar correr ao redor da mesa para se livrar do cinturão. Me sinto aliviada por isso.



sábado, 27 de outubro de 2012

Tem coisa mais gostosa que risada de filho?


Tem coisa mais gostosa que risada de filho? Realmente eu desconheço uma sensação que me deixe mais irradiante do que olhar para o Tom e vê-lo sorrir, sobretudo quando ele está gargalhando.

Por pura sorte, além de ter um filho lindo, esperto, comilão e apaixonante, Deus ainda tratou de me dar um pequeno sorridente, o que potencializa todas as qualidades que acabei de apresentar (quem duvida da minha honestidade materna?)
Foi por isso que quando li uma reportagem na Revista Crescer falando sobre sorriso e os benefícios que uma bela risada traz ao desenvolvimento dos bebês eu decidi compartilhar aqui no blog.
Segundo o texto publicado na revista, é muito importante estimular seu filho a sorrir, sobretudo porque crianças felizes são mais criativas e inteligentes e sabem lidar melhor com os desafios da vida.
Quando seu filho dá aquela gargalhada é sinal, sim, de que ele está se sentindo bem e feliz, mas também está desenvolvendo importantes habilidades intelectuais, como a noção de lógica e causa e consequência. Feliz, seu filho terá mais facilidade para fazer amizades, lidar com frustrações e, quando adulto, saberá conviver de forma pacífica e bem-humorada com as pessoas no ambiente de trabalho. 
Nossa, não há dúvidas de que uma boa risada deve ser prioridade no dia-a-dia de um bebê e, para facilitar o trabalho das mamães leitoras dessa louca viagem de mãe, apresento a seguir  algumas dicas da Crescer para realizar em casa bons momentos de felicidade...

- Faça caras engraçadas para o seu bebê. 
- Faça bolhas com um canudo em um copo plástico transparente com água para seu bebê se divertir com o barulho e ver a água se mexer. 
- Apresente três novas sensações ao seu bebê:
1.    Brinquem com gelo. Os bebês vão achar muito engraçado sentir a textura gelada e escorregadia do gelo. Coloque uma pedrinha nas mãos do seu filho e observe a sua reação. 
2.    Faça uma grande bola de chiclete e deixe-o estourar. 
3.     Coloque uma luva bem macia e bem colorida e brinque com seu filho para ele sentir uma nova textura. 
- Montem uma banda improvisada juntos. Vale pegar qualquer coisa em casa que faça barulho e ensaiar uma música bem animada. 
- Aproveite uma sombra para brincar com os movimentos dos braços (os seus e os deles). Você pode ensinar a fazer animais com as mãos. 

Com exceção da primeira, eu ainda não realizei nenhuma dessas estratégias. Foi lendo essa reportagem que descobri que ainda posso deixar os dias do Toma mais felizes, e, consequentemente, ficar mais feliz também.
Espero que tenham gostado e que as casas de vocês tenham mais gargalhadas daqui em diante.

domingo, 21 de outubro de 2012

Você é, e será para sempre, O EXEMPLO!



Quem nunca percebeu que uma criança reproduz tudo o que vê e escuta em casa? Quem nunca viu uma criança de 3 anos, por exemplo, utilizando as mesmas expressões usadas por sua mãe ou pai?
É! Como sempre me alertou a amiga Catarina Gonçalves, somos responsáveis pelo desenvolvimento físico e mental dos nossos pequenos...
Acontece que no momento do EDUCAR, muitos pais esquecem que ali também é um momento em que a criança estará gravando cada palavra e atitude utilizada para solucionar um problema.
E se a agressão prevalece nas horas da CORREÇÃO, teremos uma criança aprendendo que a forma mais hostil e agressiva é a maneira mais correta e eficaz.
Ou seja, retornamos aquela velha frase que escutamos quando somos pais:
“Agora você é o EXEMPLO!”.
Certa vez escutei que educar é dar ao filho as condições necessárias para que ele siga seu caminho com independência e formá-lo um cidadão de respeito... e respeitador da vida. Só que quem me falou isso não tinha a menor competência para tal...
Do que adianta proferir belas palavras e defender a dignidade do ser humano, se ao chegar em casa o único método para resolução de problemas é a agressão física? Quem gosta de escutar palavrões, insultos, humilhações e gritaria quando erra? Quem gosta levar uma palmada, tapa, empurrão e até ser espancado porque errou?
Creio que ninguém! E nesse “ninguém” devemos incluir as crianças!!!  
Eles não gostam, não querem e não podem receber tamanho peso.
Em dezembro de 2011, foi aprovada na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei n.º 7672/2010, conhecido por todos nós como a Lei da Palmada.
“E qual a proposta desse Projeto?”
Bem... você conhece o instituto dos Direitos Humanos? ÉÉÉ! Direitos Humanos... Aqueles geralmente exaltados quando o assunto é bandidagem!
Diferentemente do que vemos na mídia, esse direito também existe para as crianças e adolescentes. E esse Projeto veio justamente para reforçar a legislação já existente (Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei n. 8.069/90) quando o assunto é “qualquer forma de violência” praticada contra menores. Mesmo a violência “bem intencionada” revestida pela desculpa de ser uma violência pedagógica... Se é que existe violência bem intencionada e pedagógica...
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), bem como a Constituição Federal (CF/88), demarcam, de forma já relevante, respectivamente nos artigos 5º e 227º, que:

"nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais"

E que

"é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão".

“E qual a punição para os pais/educadores que forem pegos na prática dessa violência?”
A única punição prevista é a advertência pelo Conselho Tutelar. As medidas previstas no Projeto se referem, apenas, à promoção de campanhas educativas sobre “práticas pedagógicas não violentas, a integração entre órgãos de execução de políticas públicas para menores, e o encaminhamento de agressores e vítimas para tratamento psicológico ou psiquiátrico”. E tudo isso já está, desde 1990, previsto no ECA. Olha só:
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;(...)
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; (...)
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;
VII - advertência; (...)

Em sendo assim, e diferentemente de todos os comentários já dados ao tema, o Projeto de Lei não traz nenhuma previsão de novos crimes, prisões ou novos motivos para perda do poder familiar.
O único e maravilhoso objetivo da “Lei da Palmada” é dar maior valia, prioridade, confiança e eficácia ao direito que toda criança e adolescente possui de serem educados sem o uso dos castigos físicos e do tratamento degradante como forma de correção, disciplina e educação ou sob qualquer outro pretexto.
E aí você me pergunta: “Então para que uma nova Lei que não vá criar novos crimes, que não há punição carcerária, etc.? Para que uma nova Lei se já temos todos os tipos de agressões muito bem positivadas nas legislações já existentes? E uma palmada não seria salutar em determinadas ocasiões? Eu sou prova viva disso...”
Bom... Essa discussão eu deixo para nossos comentários após a leitura da Lei da Palmada e da reportagem “Divergências adiam o envio do projeto da Lei da Palmada para o Senado”.
O que direi para finalizar esse post é que cada criança tem sua personalidade... Cada pai ou mãe tem sua referência... E cada família tem seu jeito de educar!
O que sabemos é que não existe fórmula certa para criar um filho... E a única certeza que temos é que de fato somos e seremos SEMPRE O EXEMPLO a ser seguido.
Como você vai querer ficar “conhecido” pelo seu filho?
Xero grande
Paloma Mendes

sábado, 13 de outubro de 2012

Senhor, eu quero dormir! Agora é tarde, já pediu demais!


Toda pessoa, quando começa a pensar em ter um filho ou uma filha, começa, no mesmo momento, a realizar suas projeções: como gostaria que fosse em todos os aspectos. Comigo não foi diferente! Logo quando comecei e vislumbrar a possibilidade de ser mãe, comecei a idealizar meu filhote e, nos meus sonhos mais profundos, fazer minhas solicitações ao Papai do Céu.
A primeira delas foi desejar um menininho, porque na minha família só nascia mulher e a chegada de um homem seria bem interessante. Assim eu disse:
- Senhor, me dá um filho!

Pedido atendido. Aos 3 meses de gestação tive a notícia de que um menininho estava a caminho e, quando soube disso, pedi mais:
- Senhor, me dá um filho lindo e saudável!

Prontamente o senhor lá de cima escutou as minhas preces e, atendeu! (Quem discorda disso! Rsrrsrsr). Os pedidos continuaram:
- Senhor, me manda um filho tranquilo!

Mais uma vez o pedido foi atendido, embora, segundo relatos da minha mãe (a avó do Tom) eu nem merecesse isso.  Tomaz hoje é calmo, chora pouco e, normalmente, não dá muito trabalho. Acontece que eu não queria apenas a calmaria e foi então que pedi:
- Senhor, me mande um filho esperto!

Novamente o pedido foi atendido. Meu filho é umas das crianças mais atentas que já vi, demonstrando sempre curiosidade e atenção, questões extremamente relevantes para a aprendizagem.
Eu não me satisfiz com tudo isso e dei prosseguimento as minhas solicitações:
- Ah, também quero um filho que coma bem.

Como Deus é generoso, mais uma vez tratou de me enviar um comilão de primeira que, segundo relato de muito marmanjo velho, come melhor que adulto. Só que a essa altura do campeonato Papai do Céu já tinha cansado de tantas solicitações e, como eu deixei uma bem importante para o fim, ele nem ouviu a última:
- Senhor, me manda um filho que durma bem à noite. (essa ficou sem foto, não tenho como ilustrar isso! rsrsrrs)
Foi justamente pelo meu excesso de solicitações que hoje em dia vivo com olheiras que mais me assemelham a família dos pandas do que a dos humanos...Vivo com um sono eterno que parece que não há noite por onde eu vivo, mas vivo, também, recheada de tanto amor que dormir a noite toda passa a ser apenas um detalhe...
Detalhe pelo qual eu tenho esperado ansiosa... e, justamente por isso, se eu tiver um outro filho vou compilar todas as minhas solicitações em um único pedido, para não correr o risco de deixar uma coisa importante como essa de fora. 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

9 meses! Parabéns, meu amor!


“Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia”... Tenho certeza que essa seria a canção escolhida pelo Tom para ilustrar a trilha sonora da sua vida neste momento, caso ele soubesse falar.
Isso porque hoje ele faz nove meses e, de uns tempos para cá, parece que o tempo ficou muito rápido. Como cresceu esse meu pequeno (ou já seria ex pequeno?)! Melhor que isso é... como ele se desenvolveu. Cada objeto novo posto a sua mão, milhares de descobertas, de encantos, de exploração. Sempre que ele se depara com algo novo, começam as experiências: será que faz barulho? Será que quebra? O que acontece se eu bater isso na minha própria cabeça?  A melhor parte disso tudo é que todo processo de exploração do mundo feito pelo meu pequeno é, normalmente, cheio de bom humor.
Tomaz sorri com bastante facilidade e isso faz com que todos nós que estamos a sua volta, tenhamos mais e mais vontade de fazer tudo para vê-lo sorrindo novamente e, aí, já se viu: um monte de adulto abestalhado fazendo as gracinhas mais sem graça que já se viu. A nossa ideia é: Se o Tom gostar da brincadeira, tudo bem, tá liberada!
Hoje, por exemplo, para comemorar o seu nono mesversário, ele aprendeu uma coisinha nova: segurar objetos diferentes em cada uma das mãos. Até ontem, quando ele ia pegar um novo objeto apresentado a ele, o que fazia? Soltava o que estava e, com as duas mãos, se dirigia para pegar a novidade.
Hoje, meio como se quisesse demarcar que tinha crescido mais um pouco, ele tratou de segurar com a mão direita um biscoitinho que lhe dei durante o café da manhã. Em seguida, eu lhe apresentei outro biscoito e, o que foi que ele fez? Permaneceu com o que já estava na mão direita e esticou a esquerda para pegar a nova gostosura. Dessa forma, ele conseguiu ter dois biscoitos em posse dele, comendo-os de forma coordenada.


Nossa, gente, como fiquei feliz! Para quem tá lendo agora, pode parecer uma bobagem. Para mim, mãe coruja que acompanha cada progresso, é uma grande conquista, uma grande evolução.
Agora, me resta esperar novas coisas que, certamente, virão. Tomaz é um menino esperto que a cada dia me mostra como a aprendizagem pode ser algo mágico.
Por enquanto, fico eu aqui nessa minha viagem de mãe cantando para ele outra canção (que não faz parte das minhas preferidas) que, certamente, faz parte da sua história atual: não para, não para, não para não! Vai em frente, meu Tom, ainda tem muita coisa nesse mundo para você explorar! 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

As palminhas, o besourinho e outras coisinhas mais!




Como é incrível acompanhar o desenvolvimento de uma criança... Elas vão aprendendo a segurar a cabecinha, descobrindo as partes do seu corpo, reconhecendo as pessoas ao seu redor... e, a cada conquista, é como se o mundo da criança se expandisse e ela ficasse mais rica interiormente.


É exatamente assim que vejo hoje Tomaz: cheio de riqueza. Isso porque, a cada dia, ele consegue fazer uma nova coisa que o permite explorar ainda mais tudo a sua volta.
São muitas conquistas e, cada uma, ao seu tempo, do seu jeito, com a sua cara. As mãos desencontradas hoje são capazes de bater palminhas tão lindas, presentes em seus momentos de felicidade. Os lábios pequenos já fazem besourinhos que, para mim, são as gracinhas mais lindas que já vi. Até mesmo as tosses forçadas quando quer chamar a nossa atenção me soam como poemas.
É incrível perceber que um menininho de apenas 8 meses consegue encontrar as suas formas de se divertir, de interagir, de sobreviver. A melhor parte disso tudo é que parece ser muito natural, sem grandes conflitos ou esforços. Tudo simplesmente vai acontecendo a partir do momento em que ele sente necessidade.
Hoje, por exemplo, a vovó do Tom o pegou subindo o bumbum no rolinho que fica no berço, tentando se sentar para apoiar-se na grade e, Deus sabe fazer o que. Que susto, mas, ao mesmo tempo, que alegria... o bebê tá crescendo!
É claro que eu sei que nós, os adultos que o cercamos, temos um papel importante em seu desenvolvimento, mas sei, também, que a maior parte dessa conquista é dele, feita por ele e para ele, com um único objetivo: explorar o mundo!
A nós, os adultos (papai, mamãe, vovós, titias, priminhas...), cabe apenas ficar de coadjuvante nesse espetáculo da vida, aplaudindo e encorajando-o a seguir sempre em frente.
Esse Tom ainda tem uma longa caminhada (mesmo que se arrastando e precisando da ajuda da grade do berço) e eu sou muito privilegiada de, nessa minha viagem de mãe, fazer parte dela. 

sábado, 15 de setembro de 2012

Uma vitória que vale por oito (mil)




Como já é de conhecimento de todos que passam por aqui e se tornam um tripulante dessa louva viagem maternal, meu pequeno Tom desenvolveu APLV- Alergia à proteína do leite de vaca ainda bem novinho.
Por volta do primeiro mês de vida, sua pele começou a ficar com uma forte dermatite atópica, desenvolveu uma proctite (inflamação no reto) e ficou com um refluxo tão intenso que essa mãe (e todo mundo que convive com ela) quase enlouqueceu.
De lá para cá se passaram mais de 7 meses e, finalmente, parece que tudo tem sido superado com muita garra e força por meu pequeno. Ontem, por exemplo, foi o “Dia D”. Às 7 horas da manhã nós fomos ao Hospital Santa Joana fazer o seu este de desencadeamento oral.
Para quem não sabe o que isso significa (assim como eu também não sabia antes da chegada do meu pequeno) é um teste que busca identificar se o paciente alérgico superou a sua condição, sendo considerado um dos únicos métodos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar em bebês. Esse exame é caracterizado pela oferta de leite em doses crescentes e em  intervalos regulares, sob supervisão médica, com monitoramento de possíveis reações clínicas.
O teste foi solicitado pela Dra. Margarida Antunes (gastro que acompanha meu filho e é uma luz em nossas vidas) e realizado pela Dra. Melina Exposito que de forma atenciosa e carinhosa nos acompanhou nesse momento que, certamente, se tornou um divisor de águas na vida do Tom e de toda família.
Tudo começou às 8 horas, quando a Dra. Melina fez uma paletinha de gases e palito, umedeceu com leite (Nan 2 confort) e melou toda sua boquinha. A cara do Tom foi a pior possível. Entretanto, não podemos dizer que ele não gostou, pois o pequeno sempre faz cara feia quando começa a comer e termina batendo o prato todinho.
Ufa, nenhuma reação! Sendo assim, o teste continuou às 8h30 com uma nova experiência. Dessa vez 5 ml de leite foi dado a ele, usando, para isso, uma seringa. Ele gritou, choro, virou a cabeça de lado e cuspiu. Não posso dizer que, nesse caso, o choro foi pelo leite ou pela seringa. Depois de tomar tantos remédios ao longo de sua vida ele detesta qualquer coisa administrada através desse recurso.
8h50 foi a hora de receber mais leite, só que dessa vez foram 10 ml na mamadeira mesmo. Mudamos a estratégia para ver se ele aceitava e parece que acertamos: ele tomou todinho e acho que começou a gostar da coisa...
9h10 uma nova rodada, mas agora foi leite demais: 30ml. A forma foi a mesma, através da mamadeira, e o meu gordinho bebeu tudinho sem cara feia, sem reclamar. Ele realmente começou a gostar da coisa.
9h40, finalmente, ele tomou o restante de toda a mamadeira (eram 210 ml no início) e, como durante toda a manhã, não teve nenhuma reação de pele nem de vômitos, diarreia ou qualquer outra coisa que pudesse caracterizar que a alergia ainda permanecia.
Pois é, ao meio dia o resultado foi confirmado e nosso desejo atendido, o Tom, ao que tudo indica, superou a sua dificuldade. Ainda teremos que acompanhá-lo por mais um mês, mas pelo menos por enquanto a sua reação tem sido apenas positiva.
Gente, vocês podem imaginar como estamos em festa, com os corações aos pulos em comemoração a essa vitória do gordinho. Esses primeiros meses do Tomaz não foram fáceis para a gente, mas, sobretudo, não foram fáceis para ele.  
Foram muitas restrições, muitos remédios, exames, tratamentos... tanta coisa que ele enfrentou bravamente que, realmente fizeram com que ele merecesse esse resultado, essa conquista.
Ele merece tudo isso porque, além de superar a cada dia uma barreira, ele fez isso com bom humor e com um sorriso sempre no rosto. Esse meu filho veio para nos mostrar que é sempre possível ser feliz e enfrentar as coisas sem cair, porque, certamente, um dia elas passam.
É por isso que hoje, quando ele está com oito meses, eu tenho milhões de motivos para comemorar e, certamente, o maior deles é essa vitória que, vale por oito, ou melhor, por oito mil.


Viva o Tom!