Amo
ser mãe e tudo o que meu Tom faz eu não quero e não posso esquecer. Entretanto,
algumas de suas ações ocupam lugar especial nesse pódio do que eu desejo que
fique gravado até a eternidade.
O
post de hoje é sobre uma coisinha feita pelo gordinho que eu JAMAIS quero
esquecer. Estes dias meu pequeno grande amor começou a demonstrar de forma
autônoma que será um leitor (Para nossa alegria aqui em casa). Nossa que
felicidade indescritível!!! A moda do gordinho agora é ir ao seu quarto, onde
há prateleiras acessíveis a ele, buscar um livro para que qualquer adulto que
está em casa leia para ele.
Como
ainda não fala quase nada, Tom nos comunica o desejo da leitura entregando-nos
o exemplar escolhido por ele e, em seguida, nos dá os braços para que o coloquemos
em nosso colo e lhe contemos a história escolhida.
É
lindo demais vê-lo decidir que quer escutar história e encontrar formas de
comunicar isso. É lindo demais vê-lo se interessar pelo texto lido, pelas ilustrações
vistas, pelo objeto chamado livro. É lindo demais ver que todas as histórias
contadas para ele, ainda em meu ventre, estão sendo fundamentais para o
desenvolvimento do meu filho.
Tenho
clareza que isso é fruto da cultura literária que criamos aqui em casa. Os
livros fazem parte da rotina do Tom e estão à sua disposição. Não há reclamação
quando ele rasga uma página nem quando amassa uma folha porque ainda não sabe
manipular com destreza. O importante é que ele tenha contato e que, a sua
forma, consiga explorar as leituras que desejar.
Além
disso, não tem essa de agora não ou de dizer para ele que daqui a pouco nos
contamos. Quando o pequeno deseja ouvir histórias nos o contamos, pois não dá
para achar que uma criança se tornará leitora sem que os adultos da casa leiam
para ela muita história.
O
Rubem Alves, educador dos que mais admiro, nos diz que para despertar o prazer de
ler na criança é preciso contar histórias, visto que “tudo começa quando a
criança fica fascinada com as coisas maravilhosas que moram dentro do livro.
Não são as letras, as sílabas e as palavras que fascinam. É a história. A
aprendizagem da leitura começa antes da aprendizagem das letras: quando alguém
lê e a criança escuta com prazer. A criança volta-se para aqueles sinais
misteriosos chamados letras. Deseja decifrá-los, compreendê-los – porque eles
são a chave que abre o mundo das delícias que moram no livro! Deseja autonomia:
ser capaz de chegar ao prazer do texto sem precisar da mediação da pessoa que o
está a ler”. (ALVES, 2004)
Aqui
em casa estão todos empenhando na formação leitora do Tom. Vovó, titia, titio,
priminhas, papai, mamãe... tá todo mundo contado histórias para o Tom. Basta
que ele se aproxime de nós com um livro na mão para que qualquer um da família
comece a contar o que está na livro. Esse final de semana, pelas minhas contas,
já li 137 vezes Chapeuzinho Vermelho.
O
melhor de tudo é que não há cansaço para isso!!!! Pode me pedir sempre que
quiser, meu amor!!!! A mamãe estará sempre a sua disposição como intermediária
entre você e as histórias que moram nos livros.
Rubem
Alves, Gaiolas ou Asas – A arte do voo ou a busca da alegria de aprender. Porto,
Edições Asa, 2004