domingo, 2 de junho de 2013

Coisas que eu não posso esquecer nº 1




Amo ser mãe e tudo o que meu Tom faz eu não quero e não posso esquecer. Entretanto, algumas de suas ações ocupam lugar especial nesse pódio do que eu desejo que fique gravado até a eternidade.
O post de hoje é sobre uma coisinha feita pelo gordinho que eu JAMAIS quero esquecer. Estes dias meu pequeno grande amor começou a demonstrar de forma autônoma que será um leitor (Para nossa alegria aqui em casa). Nossa que felicidade indescritível!!! A moda do gordinho agora é ir ao seu quarto, onde há prateleiras acessíveis a ele, buscar um livro para que qualquer adulto que está em casa leia para ele.
Como ainda não fala quase nada, Tom nos comunica o desejo da leitura entregando-nos o exemplar escolhido por ele e, em seguida, nos dá os braços para que o coloquemos em nosso colo e lhe contemos a história escolhida.
É lindo demais vê-lo decidir que quer escutar história e encontrar formas de comunicar isso. É lindo demais vê-lo se interessar pelo texto lido, pelas ilustrações vistas, pelo objeto chamado livro. É lindo demais ver que todas as histórias contadas para ele, ainda em meu ventre, estão sendo fundamentais para o desenvolvimento do meu filho. 


Tenho clareza que isso é fruto da cultura literária que criamos aqui em casa. Os livros fazem parte da rotina do Tom e estão à sua disposição. Não há reclamação quando ele rasga uma página nem quando amassa uma folha porque ainda não sabe manipular com destreza. O importante é que ele tenha contato e que, a sua forma, consiga explorar as leituras que desejar.
Além disso, não tem essa de agora não ou de dizer para ele que daqui a pouco nos contamos. Quando o pequeno deseja ouvir histórias nos o contamos, pois não dá para achar que uma criança se tornará leitora sem que os adultos da casa leiam para ela muita história.
O Rubem Alves, educador dos que mais admiro, nos diz que para despertar o prazer de ler na criança é preciso contar histórias, visto que “tudo começa quando a criança fica fascinada com as coisas maravilhosas que moram dentro do livro. Não são as letras, as sílabas e as palavras que fascinam. É a história. A aprendizagem da leitura começa antes da aprendizagem das letras: quando alguém lê e a criança escuta com prazer. A criança volta-se para aqueles sinais misteriosos chamados letras. Deseja decifrá-los, compreendê-los – porque eles são a chave que abre o mundo das delícias que moram no livro! Deseja autonomia: ser capaz de chegar ao prazer do texto sem precisar da mediação da pessoa que o está a ler”. (ALVES, 2004)     
Aqui em casa estão todos empenhando na formação leitora do Tom. Vovó, titia, titio, priminhas, papai, mamãe... tá todo mundo contado histórias para o Tom. Basta que ele se aproxime de nós com um livro na mão para que qualquer um da família comece a contar o que está na livro. Esse final de semana, pelas minhas contas, já li 137 vezes Chapeuzinho Vermelho.
O melhor de tudo é que não há cansaço para isso!!!! Pode me pedir sempre que quiser, meu amor!!!! A mamãe estará sempre a sua disposição como intermediária entre você e as histórias que moram nos livros.  

Rubem Alves, Gaiolas ou Asas – A arte do voo ou a busca da alegria de aprender. Porto, Edições Asa, 2004