sábado, 15 de setembro de 2012

Uma vitória que vale por oito (mil)




Como já é de conhecimento de todos que passam por aqui e se tornam um tripulante dessa louva viagem maternal, meu pequeno Tom desenvolveu APLV- Alergia à proteína do leite de vaca ainda bem novinho.
Por volta do primeiro mês de vida, sua pele começou a ficar com uma forte dermatite atópica, desenvolveu uma proctite (inflamação no reto) e ficou com um refluxo tão intenso que essa mãe (e todo mundo que convive com ela) quase enlouqueceu.
De lá para cá se passaram mais de 7 meses e, finalmente, parece que tudo tem sido superado com muita garra e força por meu pequeno. Ontem, por exemplo, foi o “Dia D”. Às 7 horas da manhã nós fomos ao Hospital Santa Joana fazer o seu este de desencadeamento oral.
Para quem não sabe o que isso significa (assim como eu também não sabia antes da chegada do meu pequeno) é um teste que busca identificar se o paciente alérgico superou a sua condição, sendo considerado um dos únicos métodos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar em bebês. Esse exame é caracterizado pela oferta de leite em doses crescentes e em  intervalos regulares, sob supervisão médica, com monitoramento de possíveis reações clínicas.
O teste foi solicitado pela Dra. Margarida Antunes (gastro que acompanha meu filho e é uma luz em nossas vidas) e realizado pela Dra. Melina Exposito que de forma atenciosa e carinhosa nos acompanhou nesse momento que, certamente, se tornou um divisor de águas na vida do Tom e de toda família.
Tudo começou às 8 horas, quando a Dra. Melina fez uma paletinha de gases e palito, umedeceu com leite (Nan 2 confort) e melou toda sua boquinha. A cara do Tom foi a pior possível. Entretanto, não podemos dizer que ele não gostou, pois o pequeno sempre faz cara feia quando começa a comer e termina batendo o prato todinho.
Ufa, nenhuma reação! Sendo assim, o teste continuou às 8h30 com uma nova experiência. Dessa vez 5 ml de leite foi dado a ele, usando, para isso, uma seringa. Ele gritou, choro, virou a cabeça de lado e cuspiu. Não posso dizer que, nesse caso, o choro foi pelo leite ou pela seringa. Depois de tomar tantos remédios ao longo de sua vida ele detesta qualquer coisa administrada através desse recurso.
8h50 foi a hora de receber mais leite, só que dessa vez foram 10 ml na mamadeira mesmo. Mudamos a estratégia para ver se ele aceitava e parece que acertamos: ele tomou todinho e acho que começou a gostar da coisa...
9h10 uma nova rodada, mas agora foi leite demais: 30ml. A forma foi a mesma, através da mamadeira, e o meu gordinho bebeu tudinho sem cara feia, sem reclamar. Ele realmente começou a gostar da coisa.
9h40, finalmente, ele tomou o restante de toda a mamadeira (eram 210 ml no início) e, como durante toda a manhã, não teve nenhuma reação de pele nem de vômitos, diarreia ou qualquer outra coisa que pudesse caracterizar que a alergia ainda permanecia.
Pois é, ao meio dia o resultado foi confirmado e nosso desejo atendido, o Tom, ao que tudo indica, superou a sua dificuldade. Ainda teremos que acompanhá-lo por mais um mês, mas pelo menos por enquanto a sua reação tem sido apenas positiva.
Gente, vocês podem imaginar como estamos em festa, com os corações aos pulos em comemoração a essa vitória do gordinho. Esses primeiros meses do Tomaz não foram fáceis para a gente, mas, sobretudo, não foram fáceis para ele.  
Foram muitas restrições, muitos remédios, exames, tratamentos... tanta coisa que ele enfrentou bravamente que, realmente fizeram com que ele merecesse esse resultado, essa conquista.
Ele merece tudo isso porque, além de superar a cada dia uma barreira, ele fez isso com bom humor e com um sorriso sempre no rosto. Esse meu filho veio para nos mostrar que é sempre possível ser feliz e enfrentar as coisas sem cair, porque, certamente, um dia elas passam.
É por isso que hoje, quando ele está com oito meses, eu tenho milhões de motivos para comemorar e, certamente, o maior deles é essa vitória que, vale por oito, ou melhor, por oito mil.


Viva o Tom!


domingo, 9 de setembro de 2012

O que menos importava era o importante: as crianças


“O que menos importava era o importante: as crianças” (Andréa Pachá)


Adoro as crônicas dessa Juíza (Andréa Pachá) e as utilizo sempre que posso para demonstrar minha preocupação com a família, mas principalmente com o desenvolvimento de uma criança no meio de um “tiroteio” que é a separação de um casal.

Hoje não foi diferente! Li a Crônica O que menos importava era o importante: as crianças e lembrei imediatamente dos meus casais “em guerra” por reais (R$), bens, status, etc. Chegando, inclusive, a querer a guarda do filho só para receber a pensão que, em tese, é destinada as despesas do menor.

Ou seja, no meio de tanta confusão, egocentrismo e mesquinhez, eles esqueceram que o principal era o bem estar, o desenvolvimento daquela criança que está apenas começando a viver ou entender o que é a vida, e, o que ela pode nos proporcionar.

Seria interessante que nesse momento de rupturas, definições e incertezas, as crianças pudessem ver em seus pais o apoio e o conforto que precisam para entender, e saber, que tudo será decidido de uma maneira que atinja o mínimo possível aquele ser em desenvolvimento. E que no fim... tudo vai acabar bem!

Paloma Mendes

domingo, 2 de setembro de 2012

Tomaz tem medo! Aliás, quem não tem?




Todo mundo tem medo e isso não é novidade nenhuma. Medo é uma coisa tão geral, que Adriana Calcanhoto cantou em uma de suas músicas dedicadas às crianças:

Saiba todo mundo teve medo 
Mesmo que seja segredo 
Nietzsche e Simone de Beauvoir 
Fernandinho Beira-Mar

Acontece que agora o “manifestador” dos medos é o meu filho e, por isso, parei para pensar no assunto pela primeira vez. Faz uns dias (ou meses) que meu pequeno tem demonstrado certa insegurança diante de questões não rotineiras (como festa de aniversário, por exemplo).
Observando uma expressãozinha de medo em seu rosto eu passei a me preocupar com isso e, como faço em muitas situações difíceis da minha vida, resolvi ligar para o meu querido e amado sempre-eterno orientador Fernando Andrade, para ouvir um pouco dele o que fazer diante disso.
Logo que comecei a falar que estava achando Tomaz inseguro e tal, ele tratou de me dizer que isso era normal e que o pequeno Tom ainda estava aprendendo a conhecer o mundo. Justamente por isso ele ficava inseguro e demonstrar medo era o que de mais normal ele poderia fazer.
Pois é... Essa mãe meio louca esquece que o pequeno ainda é um bebê e que nós da raça humana somos animais muito frágeis. Falo isso porque, diferentemente de outros mamíferos, que já nascem em posição ereta e num tempo bem curto conquistam autonomia para buscar alimento e se defender, os bebês dependem dos adultos por um longo tempo. Assim, desde o início da vida, eles experimentam a sensação de medo.
É por esta questão que os adultos precisam acolher os bebês e acalentá-los diante do medo. É justamente isso que eu estou fazendo. A cada insegurança do pequeno eu chego junto e mostro para ele que passaremos juntos por qualquer situação.
Sentindo minha presença constante ao seu lado e minha força nos momentos difíceis, Tomaz poderá superar suas fragilidades e adquirir a força necessária que precisamos  para enfrentar a vida e não apenas o medo.

Pois é... acho que com essa história comecei a entender porque os filhos acham que somos super-heróis. Mas como nem sempre estes super-heróis sabem o que fazer diante das situações com os pequenos, segue abaixo os principais medos das crianças e o que fazer diante deles. Sabendo o que fazer é muito mais fácil do super-herói vencer a luta!

PRINCIPAIS MEDOS POR IDADE

ATÉ 7 MESES
De barulhos inesperados e luzes fortes.
Para ajudar: Evite expor a criança a qualquer estímulo intenso. Se não for possível, faça de maneira suave e verifique como ela reage.

DE 7 MESES A 1 ANO E MEIO
De pessoas, ambientes e objetos novos; de perder os pais, pois acham que pessoas desaparecem quando não estão ao alcance de seus olhos.
Para ajudar: O pai, a mãe ou o cuidador devem estar presentes quando o bebê for exposto a situações novas.

DE 1 ANO E MEIO A 3 ANOS
Do escuro, de pessoas com máscaras ou fantasias, de ficar sozinho.
Para ajudar: Ao encontrar alguém fantasiado, aproxime-se devagar e mostre que é apenas uma roupa diferente. Se ele não gostar, não force.

DE 3 A 5 ANOS 
De monstros, fantasmas, da escuridão, de animais, chuva, trovão, de se perder.
Para ajudar: Respeite a criança, permitindo que se expresse, e explique que nada lhe acontecerá de mal. Quanto ao medo de se perder, faça-a decorar o nome inteiro e o telefone de casa e a ensine a pedir ajuda. Ela se sentirá mais segura.

A PARTIR DOS 5 ANOS
De ser deixado na escola, de bandido, de personagens de terror.
Para ajudar: Insegurança melhora com diálogo. Se o medo for de bandido, reforce, por exemplo, a importância de ficar perto de adultos conhecidos. Para a criança se sentir segura, diga que alguém sempre estará cuidando dela na escola.

A PARTIR DOS 6 ANOS
Da própria morte e da dos pais, pois já a entende como algo irreversível; de ser criticado.
Para ajudar: Se houver perguntas sobre morte, não invente histórias absurdas, diga a verdade de forma delicada. E quanto às críticas: explique que elas nos ajudam a melhorar. 

Informações retiradas do site da revistaCrescer