Como já é de conhecimento de
todos que passam por aqui e se tornam um tripulante dessa louva viagem
maternal, meu pequeno Tom desenvolveu APLV- Alergia à proteína do leite de vaca
ainda bem novinho.
Por volta do primeiro mês de
vida, sua pele começou a ficar com uma forte dermatite atópica, desenvolveu uma
proctite (inflamação no reto) e ficou com um refluxo tão intenso que essa mãe
(e todo mundo que convive com ela) quase enlouqueceu.
De lá para cá se passaram
mais de 7 meses e, finalmente, parece que tudo tem sido superado com muita
garra e força por meu pequeno. Ontem, por exemplo, foi o “Dia D”. Às 7 horas da
manhã nós fomos ao Hospital Santa Joana fazer o seu este de desencadeamento
oral.
Para quem não sabe o que
isso significa (assim como eu também não sabia antes da chegada do meu pequeno)
é um teste que busca identificar se o paciente alérgico superou a sua condição,
sendo considerado um dos únicos métodos para
estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar em bebês. Esse exame é
caracterizado pela oferta de leite em doses crescentes e em intervalos regulares, sob supervisão médica,
com monitoramento de possíveis reações clínicas.
O teste foi
solicitado pela Dra. Margarida Antunes (gastro que acompanha meu filho e é uma
luz em nossas vidas) e realizado pela Dra. Melina Exposito que de forma
atenciosa e carinhosa nos acompanhou nesse momento que, certamente, se tornou um
divisor de águas na vida do Tom e de toda família.
Tudo
começou às 8 horas, quando a Dra. Melina fez uma paletinha de gases e palito,
umedeceu com leite (Nan 2 confort) e melou toda sua boquinha. A cara do Tom foi
a pior possível. Entretanto, não podemos dizer que ele não gostou, pois o
pequeno sempre faz cara feia quando começa a comer e termina batendo o prato
todinho.
Ufa,
nenhuma reação! Sendo assim, o teste continuou às 8h30 com uma nova
experiência. Dessa vez 5 ml de leite foi dado a ele, usando, para isso, uma
seringa. Ele gritou, choro, virou a cabeça de lado e cuspiu. Não posso dizer que,
nesse caso, o choro foi pelo leite ou pela seringa. Depois de tomar tantos
remédios ao longo de sua vida ele detesta qualquer coisa administrada através
desse recurso.
8h50 foi a
hora de receber mais leite, só que dessa vez foram 10 ml na mamadeira mesmo. Mudamos
a estratégia para ver se ele aceitava e parece que acertamos: ele tomou todinho
e acho que começou a gostar da coisa...
9h10 uma
nova rodada, mas agora foi leite demais: 30ml. A forma foi a mesma, através da
mamadeira, e o meu gordinho bebeu tudinho sem cara feia, sem reclamar. Ele
realmente começou a gostar da coisa.
9h40,
finalmente, ele tomou o restante de toda a mamadeira (eram 210 ml no início) e,
como durante toda a manhã, não teve nenhuma reação de pele nem de vômitos, diarreia
ou qualquer outra coisa que pudesse caracterizar que a alergia ainda
permanecia.
Pois é, ao
meio dia o resultado foi confirmado e nosso desejo atendido, o Tom, ao que tudo
indica, superou a sua dificuldade. Ainda teremos que acompanhá-lo por mais um
mês, mas pelo menos por enquanto a sua reação tem sido apenas positiva.
Gente,
vocês podem imaginar como estamos em festa, com os corações aos pulos em comemoração
a essa vitória do gordinho. Esses primeiros meses do Tomaz não foram fáceis
para a gente, mas, sobretudo, não foram fáceis para ele.
Foram muitas restrições,
muitos remédios, exames, tratamentos... tanta coisa que ele enfrentou
bravamente que, realmente fizeram com que ele merecesse esse resultado, essa
conquista.
Ele merece tudo isso porque,
além de superar a cada dia uma barreira, ele fez isso com bom humor e com um sorriso
sempre no rosto. Esse meu filho veio para nos mostrar que é sempre possível ser
feliz e enfrentar as coisas sem cair, porque, certamente, um dia elas passam.
É por isso que hoje, quando
ele está com oito meses, eu tenho milhões de motivos para comemorar e,
certamente, o maior deles é essa vitória que, vale por oito, ou melhor, por
oito mil.
Viva o Tom!