Tom
fez tudo num tempo muito particular... Sentou quando quis, engatinhou quando
quis, andou quando quis e com a fala não tem sido diferente.
Embora
balbucie desde muito pequeno, emitir palavras com intenção de fala não foi uma
coisa que ele fez bem precocemente. É claro que teve muito “mamamamamama” aos
seis meses; muito “papapapapa”aos cinco, mas nunca achei que nada disso era
fala nem fiquei tentando fantasiar que meu filho era demasiadamente esperto e
falava tudo o que bem queria. (Confesso que me divirto ao ouvir uma mãe de um
bebê de meses ser tradutora de balbucios e viver tentando significar o que o filho já fala).
A
fala do Tom aconteceu dentro da normalidade e ele foi falando coisas que achava
que devia. A primeira delas foi um “Mama” quando minha sogra dava banho nele,
em plena semana santa, e ele queria meu colo. Esse “Mama” foi diferente de
todos os outros sons emitidos, pois ele olhou para mim e me chamou com ele. O
significado estava expresso na entonação, no olhar e na sonoridade da palavra!
Em
seguida, seu repertório foi se ampliando e o mais interessante é que todas
as palavras que ele aprendia já as falava corretamente, sem alterar em nada as suas
pronúncias. Dos verbetes do Tom o primeiro foi PEIXE, fazendo referência a uma canção do
Xuxa só para baixinhos 10. Em seguida, água, suco, macaco, baixinho, gagau, massinha
(isso mesmo, ele fala massinha), bate-bate e chegou.
O
engraçado é que as primeiras palavras do Tom não foram as mesmas das outras
crianças e eu acho isso muito divertido, porque gosto de quem inova.
Entretanto, meu coração materno, implorava que ele falasse mamãe repetidas e
infinitas vezes, o que meu filho fazia questão de não fazer.
Por
pura sorte, ontem fui almoçar em casa e quando o Tom olhou para mim e para o
pai ele esticou o dedinho indicador e apontou primeiro para Pery falando:
Papai. Em seguida, totalmente despretensioso, ele continuou apontando, só que
agora para mim falando: mamãe!!!
Meus
olhos encheram de água e ele continuou com seu falatório pronunciando em alto
em bom som não mais apenas uma palavra, mas sim uma frase: Papai Chegou. Ao
ouvir isso tive certeza de que a fala tinha chegado para meu gordo e que assim
como tinha acontecido com o desenvolvimento motor dele, a linguagem dele é bem
particular: o menino que falava poucas palavras já era capaz de criar uma
frase!
Esse
Tom é assim... ele me ensina todos os dias que as pessoas são como são e eu o
agradeço por isso. Te amo, meu filho! Obrigada por ser o melhor professor que
já tive na vida! Ainda bem que não lhe dei água de janeiro, acho que agora
estaria arrependida.