terça-feira, 24 de junho de 2014

Tomaz entrou, Tomaz saiu e conseguiu!


Neste São João o Tom estava mais falante de que nunca.  Talvez por isso ele tenha se esmerado em ampliar o repertório das suas lindas palavras e frases que eu não quero esquecer.

Assim, trato logo de eternizá-las aqui, a fim de que eu não fique refém da minha humilde memória, que, por sinal, tem me deixado na mão muitas vezes nos últimos tempos de mãe, trabalhadora, estudante e outras coisitas mais.

A narrativa de hoje foi logo pela manhã, quando ele entrava e saia de uma casinha que está localizada no parque do condomínio de seus primos em Gravatá. A cada entrada e saída ele emitia esta frase:

- Eu entrou, eu saiu... Eu conseguiu!

Ao invés de achar engraçado ou corrigi-lo, fiquei eufórica e meu coração se encheu de alegria ao ouvir esta fala do meu pequeno, porque, neste momento, tive certeza e que ele deixava o lugar de interpretado (típico das crianças em fase inicial de fala, na qual os pais – e eu me incluo – buscam significar tudo o que é dito pelo filho) assumindo o papel de intérprete de sua língua materna.

Do ponto de vista do desenvolvimento isto é uma conquista entanto.  Tomaz buscava narrar suas conquistas de tal modo que reproduzia a fala dos adultos (vejam que se fosse eu narrando diria: Tomaz entrou, Tomaz saiu, Tomaz conseguiu).

Se acreditamos no que nos disse Vygotsky sobre o papel da imitação para aprendizagem, poderia dizer que esta narrativa do meu pequeno apresenta um progresso enorme em seu desenvolvimento linguístico, porque entende que há uma forma própria de se comunicar e que a maneira correta é a fala do outro.

Não tenho dúvidase, justo por acreditar nisso, posso afirmar:

_ Tomaz entrou, Tomaz saiu e conseguiu não apenas evoluir em sua compreensão acerca da comunicação, mas encher de orgulho essa mãe professora.

Um viva para esta conquista do Tom!

domingo, 15 de junho de 2014

As mais lindas palavras de amor...


Tudo o que um filho faz nos encanta, mas há algumas coisas que nós gostaríamos que ficassem registradas para sempre num lugarzinho bem especial da memória. Por isso, decidi escrever as falas inusitadas do meu pequeno, sempre que elas encham de alegria meus ouvidos e me façam considerar alguma coisa especial. Isso porque, seja o que for, são palavras de amor para mim!
 
Sei que estou correndo o risco de no primeiro ano ter um exemplar mais grosso do que a trilogia do senhor dos anéis, mas prefiro correr este risco do que perder ao vento palavras que meu pequeno Tom proferiu e que me alegraram a alma.

Sendo assim começo narrando sua consulta à alergologista semana passada. Enquanto a médica tentava convencê-lo a permitir que ela o examinasse, ofereceu ao Tom uma máquina fotográfica de brinquedo.  Em seguida, entregoulhe um bonequinho do Mike, personagem dos Monstros S.A e disse-lhe:
- Tira uma foto do Mike, Tom.

Neste momento meu filhote junta o bonequinho ao seu rosto e dispara:
- Self com Mike.

Neste momento a médica gargalhou tanto, enquanto ele olhava com espanto a risada proferida.
 No segundo episódio da semana o pequeno Tom, em sua síndrome Pepa Pig, deseja pular em qualquer aglomeração de água que o faça pensar que é uma poça de lama. Vendo que após a chuva havia várias na casa de sua avó decide brincar nelas e quando começa a farra dispara cheio de alegria no olhar:

- Estou me divertindo!
 

Por fim, a terceira narrativa de hoje é sobre o fato dele ter aprendido a perguntar, modificando a entonação da fala quando a frase é interrogativa. É muito engraçado ouvi-lo perguntar, sobreduto a interrogação mais presente em seu vocabulário: “que barulho é esse?” para qualquer novo som que escuta.  
Certamente estas pequenas falas, que podem ser bobas aos ouvidos de alguns, mas surpreendentes aos meus, não gostaria que fossem esquecidas. Aqui tenho certeza que ficarão muito bem guardadas!!!

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Tom está aprendendo que não há coisa de menino...


Nos planos que eu faço para o Tom não estão os de que ele seja bem sucedido, rico e casado com a mulher mais bonita. No meio dos planos que faço para ele, estão aqueles que se voltam à possibilidade de que meu filho seja feliz e, por isso, tento oferecer ao pequeno uma educação pautada em valores que sejam morais, não sexistas e de base humanística

Meu maior anseio não está relacionado ao valor de salário que o meu filho terá, porque dinheiro, para mim, serve para atender as necessidades e não para trazer-me felicidade. Por isso, e pensando que assim também será para o Tom, busco oferecer a ele uma formação não sexista, cuja equidade de gênero seja uma realidade.

E isso começa do básico! Tom brinca de carrinho, boneca, panelinha ou jogo de encaixe, porque possui, entre os que têm acesso, todos estes. Aqui em casa não há brinquedos de menino ou de menina... Há brinquedos com os quais se pode se divertir.

Também não há sempre tudo azul, porque a cor tem a ver com momento, com finalidade, com desejo. Ele pinta de rosa, de azul, de verde e de qualquer cor que ele desejar que faça parte de suas artes, de sua vida.

Não há um monte de super-heróis... Em seu quarto há poesia, há brinquedos e há muito amor para que ele se sinta acolhido e possa achar que beijar e abraçar os outros é coisa de menino e de menina.

Faço isso porque acredito que crianças que aprendem que meninos e meninas devem ter direitos, deveres e oportunidades iguais serão adultos que saberão respeitar o outro, independentemente do fato de ser homem ou mulher. Isso me importa: realmente quero que meu filho aprenda a respeitar e incorpore isto a sua personalidade.

É nesta meta que temos trabalhado aqui em casa e ontem, ao ver o desenho da Pepa Pig, a porquinha famosa do momento, me animei ao ter certeza de que há programação para crianças que já transmitem esta mensagem.

Isso ficou claro no episódio nomeado de "Primeira aula de balé", cujo nome já anunciava que trataria do primeiro encontro da porquinha com este tipo de dança. No episódio em questão, ao chegar na escola de dança, Pepa encontrou-se com todos os outros animais que atuam no enredo, independentemente de serem meninos ou meninas. O que o autor de Pepa evidenciou, neste desenho, foi o fato de balé ser uma dança, ser arte e, por isso, poder ser executado por qualquer pessoa, independentemente do sexo.

Ainda nesse episódio da trama ,a porquinha voltou ao lar e quis mostrar à sua família os passos aprendidos na aula. Neste momento, embora toda família estivesse na sala, foi seu pai que a ajudou, verbalizando os nomes dos passos de balé que ela tinha esquecido e reproduzindo-os junto com Pepa, da forma mais natural e tranquila que pode ser uma relação entre pai e filha. Isso me alegrou!

Ainda para aumentar minha alegria, logo após o episódio citado, teve início outro cujo tema era a importância de lavar o carro - objeto que, em nossa sociedade, serve para reafirmar estereótipos de gênero. 

Nesta história, o Papai e a Mamãe Pig agiam igualmente, lavando todo o automóvel. Quando ele ficou bem limpinho, foi dirigido pela mamãe e não pelo papai, como acontece na maioria dos filmes e desenhos infantis.

Ver estas cenas me alegraram a alma. Realmente, espero que meu pequeno entenda que as tarefas domésticas são atribuições tanto do pai quanto da mãe, assim como tanto o pai quanto a mãe têm capacidade de lavar e dirigir o carro.

Sei que essa forma de ver a vida não se dá por um passe de mágicas, mas com uma rotina na qual estereótipos de gênero possam ser rompidos. A menina linda, loira e bailarina, que está entre as ideias que ressaltam o preconceito em relação aos papéis masculinos e femininos na sociedade, devem ser abominados, dando origem a pessoas normais, com suas belezas e preferências, que dançam e são felizes.

Aqui em casa temos tentado esta ruptura. Ainda bem que a Pepa também tem nos ajudado e que o Tom tem o exemplo de um pai que é maravilho e, além de tudo, um grande homem... Tão grande, que não precisa ser machista.