Esses dias eu ando bem
cansada. Faz uma semana que Tomaz está gripado e, como todo bebê nessa
condição, não dorme bem. Na verdade, ele nunca dormiu maravilhosamente à noite,
contrariando meu maior desejo que era ter um filho sonolento.
Eu sempre gostei muito de
dormir e quando pensava em ser mãe o meu maior medo sempre foi passar noites em
claro. No começo eu até lidei melhor com essa história, de modo que me surpreendia
muito com a minha capacidade de levantar à noite com a maior facilidade desse
mundo. Bastava um grunhido do pequeno Tom e eu estava a postos e feliz da vida
com a possibilidade de alimentar meu filho independentemente da hora.
Acontece que agora, levando
em consideração que estou a quase sete meses esperando por uma noite inteira de
sono, acordar à noite tem se tornado cada dia mais penoso e cansativo. É,
preciso admitir: agora parece que tudo tem ficado mais difícil.
Gente, por que quando admitimos
que coisas ligada a vida materna são difíceis sentimos tanta culpa? Parece que
porque somos mães temos que achar tudo maravilhoso: acordar de madrugada, não
poder comer com calma, não ter tempo se quer para tomar banho... Tudo isso é
tratado de forma tão poética que não podemos reclamar. Quando nosso pensamento
vai na contramão dessa felicidade desmedida, sentimos uma culpa tão grande que
parece ser até um crime.
Claro que não é! Por mais
que seja válido passar por toda dificuldade que a maternidade traz (principalmente
quando somos mães de primeira viagem) há também um lado cansativo que ninguém
nos conta durante a gestação e que todos sentem, mas poucos comentam.
É óbvio que eu tenho clareza
de que o privilégio de ter o Tomaz em minha vida é maior que qualquer situação
difícil, mas ficar cansada é uma questão orgânica mesmo, que nem o amor materno
consegue impedir.
Por isso, buscando superar o
cansaço, termino adotando estratégias que o façam se sentir melhor e, assim,
dormir melhor. Uma delas, sem dúvidas, é a cama compartilhada. Muita gente
critica crianças que dormem com os pais. Eu mesma já fui uma crítica ferrenha
de levar os filhos para a cama dos adultos. Acontece que hoje, vivendo na pele,
eu mudei completamente minha concepção e passei a achar que essa opção é digna e
justa para mães e filhos.
De tanto dormir coladinha
com Tomaz, hoje ele nem sente mais tanta necessidade. Fica comigo uma parte da
noite e, de repente, começa a chorar. Prontamente o colocamos no berço e ele
volta a dormir, como se estivesse dizendo a nós que já foi suficiente o tempo
juntos e que agora ele suporta ficar sozinho.
Por isso, passei a ser uma
defensora da cama compartilhada para os bebês e, por isso, gostaria de divulgar
um texto lindo sobre o assunto que li em um blog.
Boa leitura a quem
interessar...
"Não quer dormir sozinho" por Laura
Gutman
É
claro que as crianças não querem dormir sozinhas! Não querem, nem devem. Os
bebês que não estão em contato com o corpo de suas mães, experimentam um
inóspito universo sombrio que os afasta do desejo de bem estar que traziam
consigo desde o período em que viviam no ventre amoroso de suas mães. Os
recém-nascidos não estão preparados para um salto no escuro: a um berço sem
movimento, sem cheiro, sem som, sem sensação de vida.
Esta separação
do corpo da mãe causa mais sofrimentos do que podemos imaginar e estabelece um
contra-senso na relação mãe-filho. Não há nenhum problema em trazer as crianças
para nossa cama. Todos estaremos felizes. Basta experimentar e constatar que a
criança dorme sorrindo, que a noite é suave e que nada pode ser
contraproducente quando há bem-estar. Lamentavelmente as jovens mães desconfiam
da própria capacidade de compreender os pedidos dos filhos, que são
inconfundivelmente claros. É socialmente aceita a idéia de que satisfazer as
necessidades de um bebê o transforma em “mimado”, ainda que obtenhamos na maior
parte das vezes o resultado oposto do esperado, já que na medida em que não
dormimos com nossos filhos, nem os tocamos, nem os apertamos, eles nos
reclamarão mais e mais.
Pensemos que o
“tempo” para as crianças pequenas é um momento doloroso e comovente se a mãe
não as acode, ao contrário das vivências intra-uterinas, onde toda a
necessidade era atendida instantaneamente. Agora, a espera dói. Se as crianças
precisam esperar muito tempo para encontrar conforto nos braços de sua mãe, se
aferrarão com vigor aos seios, mordendo, ferindo-os ou chorando, assim que
consigam este acesso. O medo será a principal companhia, pois saberão que a
ausência da mãe voltará a qualquer momento a assombrá-los. As crianças tem o
direito de exigir o contato físico, já que são totalmente dependentes dos
cuidados maternos. Têm consciência de seu estado de fragilidade e fazem o que
toda criança saudável deve fazer: exigir cuidados suficientes para sua
sobrevivência. A noite é longa e escura, e nenhuma criança deveria passar por
isso sozinha.
Até quando?
Até que a criança não precise mais.
Quem quiser ler o blog Posso
Amamentar onde eu encontrei esse texto Clica Aqui
Adorei o post! É isso mesmo Catarina, nada como ser mãe e pai para mudarmos de visão sobre determinados comportamentos. Apesar de que eu ainda sou a favor da criança dormir no seu cantinho, a não ser quando estiver doente e tão pequeno como o seu filho. Beijos. Flora.
ResponderExcluirTudo igual Catarina, pensava da mesma forma, não qria acostuma-lo na minha cama, mas cada suspiro pulava da minha cama e corria para o quarto dele, mas bastou chegar o inverno, na minha cidade faz muito frio, meu marido trabalha a noite então tudo conspirava a favor dele vir pra minha cama, resumindo ele só dorme no berço durante o dia, o marido reclama nas folgas dele pq o Rafael não quer dormir no berço...mas mta sacanagem né, o pequeno dorme qse a semana inteira com a mamãe e depois vem o papai querer tomar o lugar dele rsrsr
ResponderExcluirParabéns adorei o post!!! bjsss