quarta-feira, 25 de julho de 2012

CONTANDO CARNEIRINHOS EM FAMÍLIA




Esses dias eu ando bem cansada. Faz uma semana que Tomaz está gripado e, como todo bebê nessa condição, não dorme bem. Na verdade, ele nunca dormiu maravilhosamente à noite, contrariando meu maior desejo que era ter um filho sonolento.
Eu sempre gostei muito de dormir e quando pensava em ser mãe o meu maior medo sempre foi passar noites em claro. No começo eu até lidei melhor com essa história, de modo que me surpreendia muito com a minha capacidade de levantar à noite com a maior facilidade desse mundo. Bastava um grunhido do pequeno Tom e eu estava a postos e feliz da vida com a possibilidade de alimentar meu filho independentemente da hora.
Acontece que agora, levando em consideração que estou a quase sete meses esperando por uma noite inteira de sono, acordar à noite tem se tornado cada dia mais penoso e cansativo. É, preciso admitir: agora parece que tudo tem ficado mais difícil.
Gente, por que quando admitimos que coisas ligada a vida materna são difíceis sentimos tanta culpa? Parece que porque somos mães temos que achar tudo maravilhoso: acordar de madrugada, não poder comer com calma, não ter tempo se quer para tomar banho... Tudo isso é tratado de forma tão poética que não podemos reclamar. Quando nosso pensamento vai na contramão dessa felicidade desmedida, sentimos uma culpa tão grande que parece ser até um crime.
Claro que não é! Por mais que seja válido passar por toda dificuldade que a maternidade traz (principalmente quando somos mães de primeira viagem) há também um lado cansativo que ninguém nos conta durante a gestação e que todos sentem, mas poucos comentam.
É óbvio que eu tenho clareza de que o privilégio de ter o Tomaz em minha vida é maior que qualquer situação difícil, mas ficar cansada é uma questão orgânica mesmo, que nem o amor materno consegue impedir.
Por isso, buscando superar o cansaço, termino adotando estratégias que o façam se sentir melhor e, assim, dormir melhor. Uma delas, sem dúvidas, é a cama compartilhada. Muita gente critica crianças que dormem com os pais. Eu mesma já fui uma crítica ferrenha de levar os filhos para a cama dos adultos. Acontece que hoje, vivendo na pele, eu mudei completamente minha concepção e passei a achar que essa opção é digna e justa para mães e filhos.
De tanto dormir coladinha com Tomaz, hoje ele nem sente mais tanta necessidade. Fica comigo uma parte da noite e, de repente, começa a chorar. Prontamente o colocamos no berço e ele volta a dormir, como se estivesse dizendo a nós que já foi suficiente o tempo juntos e que agora ele suporta ficar sozinho.
Por isso, passei a ser uma defensora da cama compartilhada para os bebês e, por isso, gostaria de divulgar um texto lindo sobre o assunto que li em um blog.
Boa leitura a quem interessar...



"Não quer dormir sozinho" por Laura Gutman

É claro que as crianças não querem dormir sozinhas! Não querem, nem devem. Os bebês que não estão em contato com o corpo de suas mães, experimentam um inóspito universo sombrio que os afasta do desejo de bem estar que traziam consigo desde o período em que viviam no ventre amoroso de suas mães. Os recém-nascidos não estão preparados para um salto no escuro: a um berço sem movimento, sem cheiro, sem som, sem sensação de vida.
Esta separação do corpo da mãe causa mais sofrimentos do que podemos imaginar e estabelece um contra-senso na relação mãe-filho. Não há nenhum problema em trazer as crianças para nossa cama. Todos estaremos felizes. Basta experimentar e constatar que a criança dorme sorrindo, que a noite é suave e que nada pode ser contraproducente quando há bem-estar. Lamentavelmente as jovens mães desconfiam da própria capacidade de compreender os pedidos dos filhos, que são inconfundivelmente claros. É socialmente aceita a idéia de que satisfazer as necessidades de um bebê o transforma em “mimado”, ainda que obtenhamos na maior parte das vezes o resultado oposto do esperado, já que na medida em que não dormimos com nossos filhos, nem os tocamos, nem os apertamos, eles nos reclamarão mais e mais.
Pensemos que o “tempo” para as crianças pequenas é um momento doloroso e comovente se a mãe não as acode, ao contrário das vivências intra-uterinas, onde toda a necessidade era atendida instantaneamente. Agora, a espera dói. Se as crianças precisam esperar muito tempo para encontrar conforto nos braços de sua mãe, se aferrarão com vigor aos seios, mordendo, ferindo-os ou chorando, assim que consigam este acesso. O medo será a principal companhia, pois saberão que a ausência da mãe voltará a qualquer momento a assombrá-los. As crianças tem o direito de exigir o contato físico, já que são totalmente dependentes dos cuidados maternos. Têm consciência de seu estado de fragilidade e fazem o que toda criança saudável deve fazer: exigir cuidados suficientes para sua sobrevivência. A noite é longa e escura, e nenhuma criança deveria passar por isso sozinha.
Até quando? Até que a criança não precise mais.

Quem quiser ler o blog Posso Amamentar onde eu encontrei esse texto Clica Aqui 

2 comentários:

  1. Adorei o post! É isso mesmo Catarina, nada como ser mãe e pai para mudarmos de visão sobre determinados comportamentos. Apesar de que eu ainda sou a favor da criança dormir no seu cantinho, a não ser quando estiver doente e tão pequeno como o seu filho. Beijos. Flora.

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  2. Tudo igual Catarina, pensava da mesma forma, não qria acostuma-lo na minha cama, mas cada suspiro pulava da minha cama e corria para o quarto dele, mas bastou chegar o inverno, na minha cidade faz muito frio, meu marido trabalha a noite então tudo conspirava a favor dele vir pra minha cama, resumindo ele só dorme no berço durante o dia, o marido reclama nas folgas dele pq o Rafael não quer dormir no berço...mas mta sacanagem né, o pequeno dorme qse a semana inteira com a mamãe e depois vem o papai querer tomar o lugar dele rsrsr
    Parabéns adorei o post!!! bjsss

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