domingo, 18 de março de 2012

Conversa, conversa e mais conversa: Estimulando a linguagem dos bebês


 Um bebê recém-nascido ainda está aprendendo a descobrir o mundo, incluindo, a linguagem que é responsável pelos processos de interação que acontecem nele.


Nesse contexto, nós, os pais, somos muito importantes, pois somos nós quem apresentamos o mundo às crianças, ensinando-as (nesse momento uso a palavra ensinar parafraseando o sentido usado por Rubem Alves: ensinar é mostrar o mundo a quem ainda não viu).

Percebendo a nossa responsabilidade, precisamos nos atentar a alguns aspectos que serão fundamentais nos processos comunicacionais:

1-    É importante como você diz o que diz.

Quem nunca falou com um bebezinho de forma melosa e com voz infantil? Atire a primeira pedra quem nunca o fez... Tenho certeza que todos nós, ao conversarmos com um bebezinho, terminamos usando esse tipo de entonação na conversa, mesmo sem saber por que fazemos isso ou achando que essa atitude é boba e sem razão.

Pois bem, falar dessa forma não é tão absurdo assim. Esse tipo de linguagem doce e infantilizada é chamada de fala materna e é considerada perfeita no processo de comunicação adulto-bebê, visto que os pequenos  ainda não possuem a audição perfeita e, quando falamos usando esse tipo de linguagem, destacamos as vogais e os bebês conseguem, por isso, perceber os padrões fonéticos com mais facilidade.


2-    Fale muito e sempre.

Além da entonação a quantidade de palavras que dizemos aos nossos bebês também é muito importante. Uma das principais tarefas do bebê, no seu primeiro ano de vida, é descobrir as particularidades de seu idioma, as quais deve reconhecer e memorizar. Para adquirir tais competências, será necessário que o neném escute as palavras de seu idioma quantas vezes for possível... Não há limites para conversar com o bebê.

3-    Interaja!

Mas o bebê entende a nossa conversa? Claro que sim! Ele pode não reconhecer o significado das palavras usadas por você, mas, certamente, ele perceberá a afetividade que é inerente a este momento.

Justamente por isso precisamos ter cuidado ao conversarmos com um bebê. Como na maioria das vezes acreditamos que eles não nos entendem o que estamos dizendo, terminamos falando sem darmos o espaço para que o pequeno interaja e converse também. Na maioria das vezes a conversa entre pais e filhos é um verdadeiro monólogo

Não pode ser assim. A partir da sexta semana de vida uma criança já é capaz de “dialogar”. Por isso, ao terminar uma frase, vá reduzindo o tom da voz e esperando o momento do bebê lhe “responder”.  De início, ele pode não emitir nenhum som, entretanto, um olhar intencional, um movimento das pernas ou um resmungo pode ser a forma que ele encontra para interagir com você.

Por volta dos 3 meses, os bebês já conseguem definir melhor quando é a sua vez, que passa a ser marcada de forma mais suave e mais coordenada, contendo muitos uh, eh, ah e outros sons que ele conseguirá emitir.

Compreendendo estas questões devemos refletir:

- Damos chance do bebê nos responder quando conversamos com ele?

- Esperamos um pouco depois que falamos para dar a vez ao nosso filho?

- Apreciamos seja lá o que for que o bebê está expressando, mesmo que seja apenas um murmúrio ou um movimento brusco?
 
Acredite: os bebês adoram quando respondemos diretamente a eles, repetindo o que falaram como se isso, realmente, significasse algo. Por isso, se queremos atrair a atenção dos nossos filhos com nossas conversas, não podemos falar sozinhas nem desperdiçar os sons emitidos por eles.

Uma boa forma de continuar a conversa seria:Uhg!, Que legal, filho!



Fonte de Pesquisa: MCGUINNESS. Cultivando um leitor desde o berço: a trajetória do seu filho da linguagem à alfabetização. Rio de Janeiro, Record, 2006.

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