Nesse
contexto, nós, os pais, somos muito importantes, pois somos nós quem
apresentamos o mundo às crianças, ensinando-as (nesse momento uso a palavra ensinar
parafraseando o sentido usado por Rubem Alves: ensinar é mostrar o mundo a quem
ainda não viu).
Percebendo
a nossa responsabilidade, precisamos nos atentar a alguns aspectos que serão
fundamentais nos processos comunicacionais:
1-
É importante como você diz o que diz.
Quem
nunca falou com um bebezinho de forma melosa e com voz infantil? Atire a
primeira pedra quem nunca o fez... Tenho certeza que todos nós, ao conversarmos
com um bebezinho, terminamos usando esse tipo de entonação na conversa, mesmo
sem saber por que fazemos isso ou achando que essa atitude é boba e sem razão.
Pois
bem, falar dessa forma não é tão absurdo assim. Esse tipo de linguagem doce e
infantilizada é chamada de fala materna e é considerada
perfeita no processo de comunicação adulto-bebê, visto que os pequenos ainda não possuem a audição perfeita e,
quando falamos usando esse tipo de linguagem, destacamos as vogais e os bebês
conseguem, por isso, perceber os padrões fonéticos com mais facilidade.
2-
Fale muito e sempre.
Além
da entonação a quantidade de palavras que dizemos aos nossos bebês também é
muito importante. Uma das principais tarefas do bebê, no seu primeiro ano de
vida, é descobrir as particularidades de seu idioma, as quais deve reconhecer e
memorizar. Para adquirir tais competências, será necessário que o neném escute
as palavras de seu idioma quantas vezes for possível... Não há limites para
conversar com o bebê.
3-
Interaja!
Mas
o bebê entende a nossa conversa? Claro que sim! Ele pode não reconhecer o
significado das palavras usadas por você, mas, certamente, ele perceberá a
afetividade que é inerente a este momento.
Justamente
por isso precisamos ter cuidado ao conversarmos com um bebê. Como na maioria
das vezes acreditamos que eles não nos entendem o que estamos dizendo,
terminamos falando sem darmos o espaço para que o pequeno interaja e converse
também. Na maioria das vezes a conversa entre pais e filhos é um verdadeiro
monólogo
Não
pode ser assim. A partir da sexta semana de vida uma criança já é capaz de
“dialogar”. Por isso, ao terminar uma frase, vá reduzindo o tom da voz e
esperando o momento do bebê lhe “responder”.
De início, ele pode não emitir nenhum som, entretanto, um olhar
intencional, um movimento das pernas ou um resmungo pode ser a forma que ele
encontra para interagir com você.
Por
volta dos 3 meses, os bebês já conseguem definir melhor quando é a sua vez, que
passa a ser marcada de forma mais suave e mais coordenada, contendo muitos uh,
eh, ah e outros sons que ele conseguirá emitir.
Compreendendo estas questões
devemos refletir:
- Damos chance do bebê nos
responder quando conversamos com ele?
- Esperamos um pouco depois
que falamos para dar a vez ao nosso filho?
- Apreciamos seja lá o que
for que o bebê está expressando, mesmo que seja apenas um murmúrio ou um
movimento brusco?
Acredite: os bebês adoram quando respondemos diretamente a eles, repetindo o que falaram como se isso, realmente, significasse algo. Por isso, se queremos atrair a atenção dos nossos filhos com nossas conversas, não podemos falar sozinhas nem desperdiçar os sons emitidos por eles.
Uma boa forma de continuar a
conversa seria:Uhg!, Que legal, filho!
Fonte de Pesquisa:
MCGUINNESS. Cultivando um leitor desde o berço: a trajetória do seu filho da
linguagem à alfabetização. Rio de Janeiro, Record, 2006.
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