segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

O amor que cura

O terceiro aniversário do meu pequeno Tomaz se aproxima e, como sempre, me motivo a escrever um post que ilustre este momento tão especial. Ao parar e refletir sobre o que escreveria, nenhum outro tema me veio tanto a mente como este louco e avassalador amor que sinto por ele e que cada dia, ao invés de eu me acostumar, me surpreendo com o que ele faz comigo e com a pessoa em que  me transforma.  
É por isso que mesmo correndo o risco de ser repetitiva decidi que o post de hoje seria sobre isso que sinto e que me move... O AMOR DE MÃE. Sei que muitos falam sobre ele, mas a minha vontade é de falar sobre como esse amor foi transformador em minha vida (e continua sendo).

Para isso, me inspirei no que cantou o Lulu (certamente ele fez esta música para as mães, pois nenhum outro pode ser maior e mais reenergizante) MAS O TEU AMOR ME CURA...
Digo isso retomando um texto do Comte-Sponville que já foi publicado aqui neste blog. Para o filósofo,

“As mães, em relação a seus filhos, possuem a maioria das virtudes que geralmente nos faltam (e que lhes faltam), ou antes, o amor nelas toma o lugar das virtudes, quase sempre e as liberta – pois essas virtudes só são moralmente necessárias, quase todas, por falta de amor. O que há de mais fiel e mais prudente, de mais corajoso, de mais misericordioso, de mais doce, de mais sincero, de mais simples, de mais puro, de mais compassivo, de mais justo (sim, mais que a própria justiça!) do que esse amor? Não é sempre assim? Eu sei: também há a loucura das mães, a histeria das mães, a possessividade das mães, sua ambivalência, seu orgulho, sua violência, seu ciúme, sua angústia, sua tristeza, seu narcisismo.... Sim. Mas o amor quase sempre intervém nisso, o amor que não anula o resto, mas que o resto não o anula”

E foi por isso que eu tenho certeza que foi o Tom quem me curou de uma loucura qualquer. Qualquer possibilidade de que eu pudesse cometer a loucura do egoísmo, da mesquinharia ou qualquer outra coisa que lembre o individualismo foi embora após sua chegada. O Tom me curou de ser centrada apenas em mim mesma, me curou de não colocar o outro acima de mim. Há algo mais libertador do que conseguir sair de si e olhar o outro?
Com ele aprendi a ser grata, a ser feliz com um olhar, com uma palavra. Aprendi, também, a admirar a canção (principalmente quando sai de sua boquinha), a educar os ouvidos para a simplicidade, a valorizar o amor e a nossa relação acima de qualquer outra coisa.
Não é sempre assim? Eu sei: também há o cansaço da mãe, minha insegurança, minha histeria, minha possessividade, meus medos, minha impaciência, minha tristeza, minha angústia. Mas como disse Sponville: o amor quase sempre intervém nisso, o amor que não anula o resto, mas que o resto não o anula.
E é por isso que esse amor magalomaníaco me curou de viver para mim(apenas), permitindo que, no pior dos defeitos ou da falta de virtude, eu pudesse recorrer ao que sinto pelo meu filho e, por isso, buscasse ser uma pessoa melhor não apenas para Tomaz, mas para mim mesma.  
Que amor libertador! Ao mesmo tempo que me aprisiona em algo maior que eu, me liberta para fora de mim. E pra terminar, ainda fazendo referência ao Lulu, SE ISSO FOR ALGUM DEFEITO, POR MIM TUDO BEM!


2 comentários:

  1. Sei que amor é esse.A minha Kyara revelou-me todos esses mistérios.Terão muito mais para viver e descobrir.Amo ser mãe.

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