Quando eu o colocava para dormir no berço sentia uma culpa enorme pensando: e se algo acontecer com meu filho? E se ele, que já é prematuro, se sentir sozinho, desamparado? Será que não estou sendo egoísta deixando meu pequenininho sozinho no berço?
Quando eu usava a cama compartilhada (que foi a opção adotada na maior parte desses 4 meses) via essas culpas irem embora. Entretanto, mais rápido que rapidamente, outras tantas voltavam a bater em minha porta: se ele ficar um menino inseguro? E se eu nunca mais conseguir tirá-lo da cama? Então pensava: usarei o bebê conforto. E logo, logo outra culpa batia à porta da minha consciência: a gastro de Tomaz me avisou que os bebês confortos pioram o refluxo! E agora, o que fazer?
Bem, agora, perto dos 4 meses, me dei conta de que não importa o que a gente faça, essa culpa sempre está lá. Foi então que tive o privilégio de ler texto A CULPA NÃO FOI MINHA, escrito por Nívea Sorensen, autora do blog QUE SEJA DOCE. O post foi publicado no blog MINHA MÃE QUE DISSE ( A culpa não é minha/ ) em março deste ano.
Espero que gostem tanto quanto eu. Boa leitura e que esse texto nos ajude a aliviar nossa culpa.
"Aqui em casa não teve livre demanda. Não teve nem amamentação exclusiva porque não tinha leite. Mas teve mamadeira, dada sempre com muito carinho, feita com a maior higiene, com o maior amor do mundo e vontade de nutrir.
Não tem fralda de pano, cama compartilhada, sling, ou bebê no colo o dia todo. Não tem ninar, porque ele não gosta. Desde muito pequeno, dormir no colo nem pensar, ele gostava mesmo é de ficar no bercinho e adormecer sozinho.
Tem respeito. Por ele, pela individualidade dele e pelos meus limites.
Aqui tem chupeta e tem um pouco de TV. Sim, porque não tem babá, não tem empregada, não tem família para ajudar. Tem uma casa para ser limpa, roupas para serem lavadas e passadas, jantares a serem feitos.
Ao mesmo tempo, tem muita conversa, tem muita estória e muitos livros.
Tem muita vontade de se criar um filho para o mundo, de maneira que ele seja independente e muito, mas muito feliz.
Tem uma mãe que precisa de tempo para si mesma. Tem um pai presente e nem um pouco menos capaz do que a mãe na hora de cuidar do bebê.
Tem paciência quase infinita, muita alegria, muita doação.
Tem amor.
Tem comida fresquinha, feita em casa. Tem fruta, legume e verdura. Não tem sal, não tem açúcar.
Tem tentar. Tem errar. Tem fazer de novo.
Também não tem nenhuma certeza de que isso tudo é certo ou errado. Não tem nenhuma critica à quem faz diferente, à quem acredita e exerce outro tipo de maternagem.
Porque o que acontece na minha casa não é a tal da maternidade real. Não é a da teoria X ou Y. Não é baseada em livro ou pesquisa.
É minha, e SÓ minha. E acima de tudo é absolutamente livre de culpa".
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