Filhos, ser mãe
não é fácil nem, tampouco, natural. A gente aprende a ser mãe na relação com
vocês e conosco mesmo. Saibam que há muita ditadura em torno da maternidade
perfeita. Muitas mulheres acreditam que a boa mãe é aquela que se dedica
integralmente e exclusivamente às crias, abrindo mão de trabalhar ou fazer
outras coisas que goste e ache importante.
Saibam que eu amo
vocês acima de tudo, mas amo, também, meu trabalho e outras vidas que eu tenho
além da materna. Por isso, eu desejo trabalhar, me divertir, estudar e fazer
outras coisas além de cuidar de vocês. Além disso, eu também preciso do meu emprego.
Ao trabalhar, eu espero que vocês entendam que as mulheres gostam do que fazem,
se realizam no exercício profissional e podem e devem conciliar os muitos
papéis que desempenham porque são completas. Isso não quer dizer nunca que eu
deva bancar a supermulher e retroalimentar o discurso machista de que as
mulheres fazem mil coisas ao mesmo tempo, diferentemente dos homens.
Espero que
aprendam, também, que mulheres e homens, juntos, devem batalhar pelo provimento
da família e que nunca se julguem como os únicos que precisam trazer os
alimentos para casa. Os adultos da relação precisam garantir o sustento e, se
por alguma razão sua esposa ganhar mais do que você, não se constranja por
isso. Numa família não importa de quem venha a renda, sobretudo porque o que é
de um deve ser de todos.
Aprendam,
também, que pessoas devem fazer mil coisas ao mesmo tempo quando precisam e não
fazer nada quando podem, incluindo, nisso, homens e mulheres. Para dar conta
das muitas demandas, divida as tarefas em casa com suas esposas e não trate
como ajuda aquilo que faz na educação dos filhos. O casal precisa refletir
sobre como conciliar carreira e filhos e não apenas a mulher. Aprendam, por
fim, que homens e mulheres desempenham múltiplos papeis e o trabalho feminino
conciliado com a maternidade é tão natural quanto o trabalho masculino
conciliado com a paternidade.
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