Aqui em casa estamos em processo
de alfabetização. O Tom começou, pouco a pouco, a compreender a relação entre
sons e letras, e a compreender particularidades do sistema de Escrita
Alfabética.
Meu esforço, como mãe e
professora, não é de fazer o papel da escola, já que isso não me cabe, mas de
criar um ambiente em casa que favoreça as conquistas do meu filho e contribua
com seu desenvolvimento.
Para isso eu sigo algumas dicas
que toda mãe pode fazer em casa e, com isso, vou estimulando sem cobrar de meu
pequeno mais do que ele pode me dar. Não podemos esquecer que a infância não é
uma corrida contra o tempo e que não é necessário que a criança leia e escreva
rapidamente. A leitura e sua aquisição não é uma corrida na qual quem chega na
frente vence. É preciso que este processo seja respeitoso a fim de que os
pequenos estabeleçam uma relação prazerosa com a leitura.
Pensando nisso, eu faço:
1- Reconheço
que o mundo é letrado e exploro isso com meu Tom. Mostro para ele as placas, os
nomes que estão escritos nos lugares. Exploro palavras que possuem escrita igual
e/ou diferente. E faço isso com qualquer palavra, não apenas aquelas que julgo
simples ou acho que ele consegue. Não acredito que a criança aprende a ler
porque as palavras são simples, mas, sim, porque as palavras fazem sentido para
ela. Para explorar o letramento tudo é válido: pacotes de bolacha, placas,
outdoors, letreiro de loja, etc.
2- Brinco
muito com ele usando jogos pedagógicos. Faço brincadeiras com letras móveis que Tom chama de letras mágicas.
Também fazemos bingo de palavras, fazemos
jogos de rima (essa fazemos muito no carro indo para escola). Vamos falar
palavras que rimam com irmão: macarrão, feijão, manjericão... e também
brincamos de palavras que começam iguais: bolo, bola, bolacha, boboca... Gosto muito deste da imagem a seguir.
3- O ajudo
nas tarefas de casa. Faço perguntas que vão além do enunciado, promovo
reflexões sobre a língua, a partir de questões como: o que há de igual nestas
palavras? O que há de diferente?
4- Leio
muito para ele. Leio, sobretudo, livros que brincam com a sonoridade das
palavras. Como jogamos muito com os sons das palavras, ele ama quando percebe
isso nos livros. Uns que ele adora são os
da Sylvia Orthof: Não confunda, Assim Assado e Você Troca?
5- Recito
muitos poemas e o ajudo a recitá-los também. A sonoridade das poesias ajuda
muito no desenvolvimento da consciência fonológica. Há um tempo atrás, enquanto estudava a cidade do Recife, ele me perguntou:
- Mamãe, qual o bairro da minha avó?
Ao escutar eu dizer que o bairro era espinheiro ele me saiu com essa: É parecido com a escola de Bernardo: Maciel Pinheiro.
6- Tenho
sempre no carro os CDs da Bia Bedran e coloco as histórias para ele ouvir.
Como, quase sempre, as histórias dela trazem canções, eu brinco de trocar
palavras da música por outras parecidas. As vezes ele troca por umas que
parecem no começo e, as vezes, quando parece no final.
7- E
por fim, eu tento encantá-lo com o mundo das letras para que, maravilhado, ele
queira dominá-lo.
Termino com uma frase de Rubem Alves
sobre o tema e que tem servido para que eu tome cuidado nesse processo de
alfabetização de meu pequeno: O prazer da leitura é o pressuposto de tudo mais.
Quem gosta de ler tem nas mãos as chaves do mundo.
Dicas excelentes! Aqui em casa também estamos vivenciando está fase. Algumas dessas brincadeiras já fazemos, mas outras não. Ótimas idéias você me deu. Beijos
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