quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O dia que Tom saiu e só queria voltar semana que vem



Hoje o pequeno Tomaz estava em sua aula de movimento, carinhosamente chamada por ele de “aula de brincadeira”. Ao ser direcionado pela professora para realizar uma atividade que não queria, prontamente lhe disse:
- Então eu vou embora e semana que vem eu volto!
Como pode uma criança tão pequena dessas querer decidir quando e como desempenhará suas atividades? Certamente esta é a primeira pergunta que surge em nossas cabeças.
Em seguida, podem surgir dúvidas quanto aos limites que são postos ao meu gordinho. Antes de qualquer julgamento precipitado, destaco logo que ele recebe limite sim e que aqui em casa consideramos que os limites são, sem dúvida, fundamentais na formação moral da criança, visto que, sem eles, a liberdade vira licença e a autoridade vira autoritarismo.
O que acontece é que Tomaz, como qualquer criança de sua idade, tem dificuldade de se frustrar. Isso porque, vivenciar a frustração e a decepção, embora seja um processo natural de crescimento das crianças, não é algo simples. Assim, quando as coisas não saem como elas desejam ou idealizam, vai embora o sentimento mágico de que tudo vai dar certo e de que basta o desejo dela para que as coisas aconteçam.
Quando a realidade é outra, a criança sente tristeza e, justo por isso, ela faze birra, grita e esperneia como forma de significar o sentimento negativo que experencia.
Compreendendo esta questão, percebo até como positivo Tomaz propor ir embora. Isso demonstra que ele está amadurecendo na externalização de seus sentimentos. Ao invés de se jogar no chão e bater pernas, ele sugere ir embora fazendo uso da linguagem oral para dizer que não gostou. Sem dúvidas, essa é uma proposta mais assertiva quando falamos em expressão dos sentimentos.
Antes que algum julgador de plantão esteja por aqui pensando que ele faz o que quer e bem entende... destaco logo: eu não deixaria ele ir embora (embora não tenha intervido porque esta era tarefa da sua professora). Por mim explicaria a ele que a gente não pode ir embora na hora que queremos e aí veria se ele iria gritar ou encontrar outra frase oportuna para significar seu sentimento de frustração.  

Agora só me resta a curiosidade, mas, se bem conheço meu filho, tenho certeza que ele teria outra frase espetacular para ajudá-lo a lidar com a frustração natural da condição humana. 

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